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segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Militares articulam na rede social melhoria no salário Eles querem que subtenente ganhe 50% do vencimento de um coronel

Militares articulam na rede social melhoria no salário

Eles querem que subtenente ganhe 50% do vencimento de um coronel

Pedro Alves/MidiaNews
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São mais de 1,2 mil policiais compartilhando no Facebook a implantação da nova tabela de salário
DÉBORA SIQUEIRA
DA REDAÇÃO
Os praças da Polícia Militar de Mato Grosso iniciaram um "movimento silencioso" de desligamento das suas associações, por não se sentirem representados nas luta pelos seus direitos. 

Um dos pontos que ocasionaram a revolta na caserna é a falta de empenho das entidades no sentido de melhorar o soldo dos soldados da corporação, que é um dos menores do país, conforme o 7º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. 

Soldados, cabos, sargentos e subtenentes da PM cobram das suas respectivas associações que pressionem o Governo do Estado para que estabeleça que o subtenente receba 50% do salário de um coronel, que hoje ganha R$ 17.596,91, a segunda maior do país. 

Contudo, o subtenente ganha 32% do que um coronel ganha e o soldado, a menor patente, recebe a metade do soldo do subtenente. 
"Pedimos que o nosso trabalho seja reconhecido, que sejamos valorizados. O que os oficiais recebem é justo e merecido, mas lutamos que também tenhamos a mesma valorização"


Mas nem sempre foi assim. Conforme o cabo Elizeu Nascimento, um dos policiais que cobram a melhoria nessa relação percentual entre os soldos de oficiais e praças, disse que, em 2002, o subtenente ganhava 56% do salário do coronel. 

“Nós perdemos muito. O Governo vai aumentar o soldo do subtenente para 34% do soldo do coronel em maio de 2014, e 36% em novembro do próximo ano, mas queremos que sejam 50%. Nossos salários estão baixos demais”, afirmou. 

O militar citou reportagem do MidiaNews, com base no 7º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que mostrou que, enquanto os coronéis só perdem para os militares paranaenses no soldo, os soldados de Mato Grosso tem o quarto pior salário do país. Os paranaenses, no entanto, têm o segundo melhor soldo do país - R$ 4.838,98. 

Nas redes sociais, os soldados têm mostrado a insatisfação com as associações que, segundo eles, pouco os representam, e querem negociar diretamente com a Secretaria de Estado de Administração (SAD).

O secretário Franco Faiad já recebeu um desses grupos de policiais e propôs extinguir a categoria de soldado A, que ganha R$ 2.367. Nesse caso, eles passariam a receber mais. Contudo, a proposta não contempla os sargentos e subtenentes, o que não agradou a tropa. 

“Queremos que nossas associações cobrem da SAD a implantação dos 50%, já fizemos reuniões, mas vimos poucos avanços. A tropa esta insatisfeita e muitos começaram a pedir para sair da associação, enfraquecendo a entidade”, disse o cabo, que ainda se mantém associado. 

São mais de 1,2 mil policiais compartilhando no Facebook a implantação da nova tabela do salário do subtenente com 50% do valor do vencimento do coronel. 

Os valores seriam para soldado em início de carreira R$ 4.597,19 e R$ 6.436,06 para cabo e R$ 8.734,66 para 1º sargento. 

Sem enfrentamentos

O cabo Elizeu Nascimento observou que, em nenhum momento, se cogita aquartelamento, questionamentos do salário dos oficiais, manifestações nas ruas ou atos de insubordinação. 

“Pedimos que o nosso trabalho seja reconhecido, que sejamos valorizados. O que os oficiais recebem é justo e merecido, mas lutamos que também tenhamos a mesma valorização”, disse. 

Ele comentou que muitos praças estão endividados e trabalham sem qualquer motivação. “Tem gente ganhando R$ 700 por mês, com consignados, por pagar plano de saúde. A nossa escala aperta no final do ano e queremos deixar de ter o quarto pior salário do país”, explicou.

A reportagem tentou contato com os presidentes das Associações de Cabos e Soldados e dos Subtenentes e Sargentos, porém, ambos não atenderam as ligações em seus celulares. Nas associações, funcionários informaram que eles estavam em reunião. 

O coordenador de Comunicação Social e Marketing do Comando Geral da PM, tenente-coronel Paulo Serbija Ferreira Filho, diz que já existe uma lei escalonando o aumento dos salários dos coronéis aos alunos soldados.

“Agora, não é momento para isso, mas, não fazendo nada ilegal, não há problemas em fazer reivindicações. Muitos não concordam com o que ganham, mas é o válido e o cumprido”, disse o oficial. 

Fonte: Midianews 

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