Cidade Viva. PM promete rigor em revista de manifestantes em protestos no Recife
Nesta quarta-feira (18), a Frente de Luta pelo Transporte Público volta
às ruas em mais uma mobilização por melhorias no transporte público.
Neste ato, o grupo vai reivindicar o passe livre para estudantes e
trabalhadores desempregados e protestar contra ‘a repressão policial’
nos últimos movimentos populares no Grande Recife. Os protestos estão
sendo convocados para o Parque 13 de Maio, a partir das 13 horas.
Desde junho, as cidades brasileiras assistem a uma mobilização popular
que parece caminhar sem uma agenda específica, levantando
questionamentos em relação ao futuro das manifestações.
Para debater e ampliar o assunto, o Cidade Viva desta terça-feira (17)
convidou o coronel da PM João Neto, responsável pelo policiamento
metropolitano, e colocou em pauta o destino das manifestações e a
atuação da polícia militar.
Além do coronel, participaram do debate a integrante da Frente de Luta
pelo Transporte Público de Pernambuco Janaína Oliveira, a socióloga
Maria Eduarda Mota e o jornalista do Jornal do Commercio Jorge
Cavalcanti.
De acordo com o coronel João Neto, de junho até esta terça-feira, a
polícia militar registrou 249 manifestações em Pernambuco. Dessas, 193
interditaram vias públicas.
“Podemos dizer que as primeiras passeatas foram pacíficas. Praticamente
não tivemos ocorrências. No entanto, a partir da manifestação do dia 21
de agosto, onde pessoas queimaram ônibus e depredaram monumentos
públicos, passamos a atuar com mais rigor no momento da revista desses
manifestantes. Não é fácil identificar atos de vandalismo no meio da
multidão, por isso precisamos estar mais perto da população. O uso de
máscaras dificulta bastante essa identificação”, defendeu o coronel.
A atuação incisiva da polícia militar junto aos manifestantes provoca
medo na população, criando uma figura autoritária, defende a socióloga
Maria Eduarda, da UFPE. Para ela, existe um ranço autoritário.
“Ampliar este assunto é muito bom, pois estamos diante de um problema
maior do que o confronto de policiais e cidadãos. O que vemos é um
problema político, uma vez que a violência se instala na ausência da
política”, afirma.
Em contrapartida, o coronel João Neto disse não concordar que haja ‘um
ranço autoritário’ na Polícia Militar e defende uma atuação policial de
proximidade com a comunidade.
Postado por Jamildo Melo / http://sargentoricardo.blogspot.com.br/
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