No momento, a
questão não é paralisação. A paralisação é radical, seria o último caso,
disse cabo Wilson presidente da Associação dos cabos e soldados da
PMESP. Com baixos salários e condições ruins de trabalho, policiais
militares se reúnem para “pedir socorro” Associação não descarta
realizar manifestações para forçar diálogo com o governo.
Wilson Morais,
presidente da associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar do
Estado de São Paulo, declarou que o grupo irá discutir a criação de um
movimento permanente em defesa dos policiais.
Segundo ele, os
policiais do Estado possuem o 12º pior salário do País e ainda não
tiveram reajuste em 2013. Além disso, a associação reclama das
condições de habitação e saúde a que são submetidos.
— O policial
hoje está morando em favela porque não tem condição de pagar um aluguel,
mora em cortiço por causa da baixa remuneração. São vários problemas.
Queremos mostrar que a polícia precisa de socorro. E quem pode dar esse
socorro são as autoridades. Estamos pedindo socorro para o governador, a
presidente da República que são as pessoas que podem fazer alguma coisa
pela polícia.
As entidades
também irão debater nessa reunião mudanças no Código Penal — elas pedem
que o assassinato de policiais seja considerado crime hediondo e
defendem a redução da maioridade penal — a credibilidade e papel dos
policiais na sociedade e a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 300,
que estabelece um piso salarial nacional para a categoria.
O grupo quer
pedir uma reunião com o secretário da Casa Civil para que o governador
de São Paulo, Geraldo Alckmin, recebe representantes da categoria para
debater as principais reivindicações. Manifestações também não estão
descartadas. Sobre a possibilidade de uma paralisação, Morais disse que
isso só será cogitado em último caso.
— No momento, a
questão não é paralisação. A paralisação é radical, seria o último caso.
Estamos a favor da negociação. Vamos procurar o Governo. Se não houver
essa reunião, aí sim vamos para a manifestação pública. Um ato público
para mostrar para o governo e para a sociedade as necessidades dos
policiais hoje.
A pauta de
demandas que será enviada ao governador vai ser fechada na próxima
sexta-feira (12) em nova reunião das categorias. O principal pedido será
em relação ao aumento salarial.
Manifestações
Morais falou
também sobre o reflexo das manifestações em São Paulo no dia a dia dos
policiais. Segundo ele, os atos “mexeram muito” com todos. Alguns
profissionais chegram a trabalhar 24 horas seguidas durante os dias de
protestos na cidade.
— Mexeu muito, psicologicamente inclusive.
No entanto, Morais declarou que a a categoria apois as manifestações.
— O movimento é
válido, o povo tem que ir para rua para melhorar as condições de vida de
todos os cidadãos e não somos contra. Somos contra os movimentos de
depredação que é quando a polícia atua e é sempre questionada porque
usou da força.
Em relação aos
confrontos ocorridos entre policiais e manifestantes e aos casos de
abuso policial, Morais explicou que as ações foram todas realizadas por
ordem do governo.
— O policial não
vai para a avenida paulista sem autorização. Sempre é ordem do governo.
E os abusos são exceções e estão sendo apurados pela corregedoria da
Polícia Militar, que é muito séria.
(R7)
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