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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Muito bom o texto do Ten PM Allan Pinheiro Freitas, de Minas Gerais

Com licença senhor infrator, posso te prender?

Allan Pinheiro Freitas *

Em Fevereiro do ano de 1999, eu, Allan Pinheiro Freitas, ingressava nas fileiras da mais respeitada malha protetora do Brasil, a Polícia Militar do Estado de Minas Gerais. Confesso que antes do ingresso junto ao Curso de Formação de Oficiais, a única coisa que eu sabia sobre as ciências militares é que a Polícia existia para a proteção da sociedade, resumindo a minha humilde opinião somente no quesito prender e reprimir. Nos quatros anos de formação tive a oportunidade de Bacharelar em Ciências Militares, e aprender tendo a certeza de que nenhuma sociedade sobreviveria sem os préstimos de um órgão que zelasse pela proteção e a promoção da paz social junto às pessoas de uma determinada comunidade. No atual patamar da minha vida profissional posso confessar que fiz a escolha certa, contudo, nunca poderia imaginar que iria encontrar tantos óbices para prevenir e reprimir com qualidade os cidadãos que vivem a margem da lei. Dificilmente encontramos algum instrumento jurídico que esteja do nosso lado, sendo que todas as leis que vi sendo criadas atualmente foram para proteger de forma hipócrita pessoas que nada somam para o convívio social, principalmente quando a vida humana para elas somente existe como peças de um tabuleiro de xadrez que podem manipular, mudar rumos e excluir a hora que entenderem, como é o caso do tribunal do carro chefe do crime organizado: “o tráfico de drogas”! O ritual para se dar a voz de prisão em desfavor de algum infrator é tão intenso que chegará um momento em que teremos que pedir licença para prendê-los, sob pena de cometermos alguma barbárie e irmos para casa desolados e preocupados com o nosso futuro na corporação.
Enquanto os policiais lutam para a aprovação da PEC 300 (igualar o salário das polícias do Brasil ao do DF), os infratores que possuíam carteira de trabalho assinada e que se encontram reclusos no nosso sistema prisional, recebem cerca de R$ 700,00 (setecentos reais) mensais como auxílio reclusão, quando na verdade deveriam trabalhar intensamente para contribuir de forma justa para a melhoria da qualidade de vida das pessoas de bem que eles mesmos devastaram. Sei que algumas colocações podem até causar polêmica, e uma delas é que sou a favor da pena de morte no Brasil para os crimes hediondos, lembrando que primeiro deveria estruturar todo o sistema de execução criminal, para não haver erros durante o cumprimento da sentença. A minha opinião sobre a pena de morte é que ela é um instrumento que não visa tirar a vida de algum marginal, e sim, impedir que pessoas de bem morram! Infelizmente as pessoas sempre cobram mais ações das polícias até que não estejam envolvidas no processo. Aplaudem de longe e repudiam de perto, pois é típico daqueles que preferem a tirania ao controle social, covardes anônimos que aproveitam a massa humana que marcha rumo errado, para não aparecerem como uma unidade na adversidade. Nunca vi um defensor dos Direitos Humanos ao lado de um caixão de um policial sendo velado em decorrência do combate, ao passo que levam flores para cova dos inimigos sociais.
Parece ser prazer de algumas pessoas verem e promoverem o surgimento de uma sociedade subversiva, idolatrando líderes negativos que vendem uma falsa imagem de que estão ajudando pessoas de uma determinada comunidade, quando na verdade essas pessoas são as primeiras a serem prejudicadas no processo de envolvimento com os ilícitos penais, que praticamente são obrigadas a agirem ou omitirem como moeda de troca. Mas cada um decide como vai ser os seus dias, e mesmo sendo brandas as penas previstas para os marginais aqui no país do absurdo, podem ter a certeza de que o crime não compensa! Não desejo e nem faço para tal, mas acredito que algumas pessoas somente vão dar o verdadeiro valor as polícias quando forem vítimas diretas ou indiretas da ação de marginais, quando o comércio fechar as portas, quando o medo tiver tomado conta das ruas e os cidadãos não mais terem a segurança de deixarem suas casas, regressando pela mesma porta que saíram ilesos de contendas físicas ou morais dos infratores. Lembrem-se bem: “Enquanto a cidade dorme nós policiais somos os guardiões que nunca adormecem e velam o sono das pessoas nas noites frias e anônimas.
Allan Pinheiro Freitas, Ten PM (Bacharel em Ciências Militares)
- Sgt Wellington - Colaborador  

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