Jogando lenha na fogueira, Oposição cobra ‘reabertura de diálogo’ com associações de PMs e Bombeiros
Na
Rádio Jornal, mais cedo, durante o programa Passando a Limpo, o
comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Manoel Cunha, disse
com todas as letras que via uso político nas ameaças de greve na PM
e levantou uma explicação para o acirramento das ações, por parte
das associações corporativas. Ele disse que algumas pessoas
estariam com medo de perder protagonismo, depois que os comandantes
de batalhões assumissem as negociações salariais junto ao governo
do Estado.
Pois
bem.
Nesta
tarde, a Bancada de Oposição na Assembleia Legislativa de
Pernambuco (Alepe) cobrou hoje, do Governo do Estado e da base
governista na Casa, a reabertura de diálogo com as associações de
policiais e bombeiros militares.
A
oposição usar a argumentação de que acredita que o tensionamento
das relações entre a categoria, o comando da corporação e o Poder
Executivo não interessa ao Estado, aos servidores, nem tão pouco à
sociedade Pernambucana, principalmente num momento de crescimento da
violência.
Nada
fala de como melhorar o atendimento à população, em meio a guerra
de interesses corporativos, da qual estaria dissociada se estivesse
no poder.
O
vice-líder da Oposição, Joel da Harpa (PTN), propôs ao Estado o
resgate da mesa permanente de negociação com a categoria e a
criação de uma frente parlamentar.
“É
preciso que o Governo reabra diálogo com a participação das
associações e dos comandos da corporação, como sempre funcionou,
e sinalize até a próxima sexta-feira (9) como se darão as
negociações para evitar um impasse”, explicou, um dia depois de
promover passeata de PMs até a porta do Campo das Princesas.
O
presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, o deputado
Edilson Silva (Psol), um dos mais demagogos da casa, reforçou a
necessidade de reabertura dos canais de diálogo entre todas as
partes do processo.
“O
Governo do Estado errou ao encerrar uma mesa de negociação através
de portaria e precisa agora fazer o gesto político de reestabelecer
os canais de negociação e resgatar a representatividade das
associações”, defendeu, mantendo a coerência com a defesa dos
coletivismos´ (quase sempre inúteis).
O
líder da Oposição, Silvio Costa Filho (PRB), disse pregar
responsabilidade diante do atual quadro de crescimento de violência.
“Não
é apenas a questão salarial que está em jogo, são também as
condições de trabalho e o combate à criminalidade. A política do
constrangimento não vai resolver o impasse. O entendimento só será
construído com o diálogo e é essa sinalização que o Governo
precisa fazer agora”, afirmou.
O
que mudou
O Diário Oficial de Pernambuco trouxe nesta terça-feira
(6) a revogação de uma portaria que instituía um fórum para as
negociações salariais e por melhorias para os policiais militares
do Estado. Com o fim do grupo, que era formado por representantes da
Secretaria de Administração (SAD) e por oficiais, os ajustes serão
feitos a partir de agora pelo comando geral da corporação.
Os policiais
militares marcaram para esta tarde, na Praça do Derby, na área
central do Recife, uma assembleia em que podem deflagrar greve.
A categoria pede a apresentação de um plano de cargos e carreiras
como foi feito com os policiais civis, que têm aumentos para de 2017
e 2018 definidos e, no fim da aplicação do acordo, terão seu teto
equiparado ao piso dos delegados.
Em
entrevista à Rádio
Jornal,
o comandante geral da PM, Carlos Alberto D’Albuquerque, frisou que
melhorias para os policiais estão no foco.
“O
que nós estamos preocupados é com o nosso policial, é com a
segurança da sociedade pernambucana. Cada vez mais, nesse momento de
crise, é necessária a presença da polícia nas ruas”, afirmou.
“O sentimento da tropa, dos nossos oficiais, é que quer uma
sociedade segura, a polícia presente.”
Ao Blog
de Jamildo,
D’Albuquerque afirmou que a data prevista para a negociação é em
abril, mas já há uma sinalização do governo estadual para
elaborar um plano de cargos e carreiras prevendo reajustes até 2018,
da mesma forma que foi feito em relação aos policiais civis. “Vamos
sentar com o governo em janeiro e enviar o projeto em fevereiro, no
início do ano legislativo, para ser votado antes do Carnaval”,
afirmou o comandante geral da PM.
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