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quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Jogando lenha na fogueira, Oposição cobra ‘reabertura de diálogo’ com associações de PMs e Bombeiros


Na Rádio Jornal, mais cedo, durante o programa Passando a Limpo, o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Manoel Cunha, disse com todas as letras que via uso político nas ameaças de greve na PM e levantou uma explicação para o acirramento das ações, por parte das associações corporativas. Ele disse que algumas pessoas estariam com medo de perder protagonismo, depois que os comandantes de batalhões assumissem as negociações salariais junto ao governo do Estado.
Pois bem.
Nesta tarde, a Bancada de Oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) cobrou hoje, do Governo do Estado e da base governista na Casa, a reabertura de diálogo com as associações de policiais e bombeiros militares.
A oposição usar a argumentação de que acredita que o tensionamento das relações entre a categoria, o comando da corporação e o Poder Executivo não interessa ao Estado, aos servidores, nem tão pouco à sociedade Pernambucana, principalmente num momento de crescimento da violência.
Nada fala de como melhorar o atendimento à população, em meio a guerra de interesses corporativos, da qual estaria dissociada se estivesse no poder.
O vice-líder da Oposição, Joel da Harpa (PTN), propôs ao Estado o resgate da mesa permanente de negociação com a categoria e a criação de uma frente parlamentar.
É preciso que o Governo reabra diálogo com a participação das associações e dos comandos da corporação, como sempre funcionou, e sinalize até a próxima sexta-feira (9) como se darão as negociações para evitar um impasse”, explicou, um dia depois de promover passeata de PMs até a porta do Campo das Princesas.
O presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, o deputado Edilson Silva (Psol), um dos mais demagogos da casa, reforçou a necessidade de reabertura dos canais de diálogo entre todas as partes do processo.
O Governo do Estado errou ao encerrar uma mesa de negociação através de portaria e precisa agora fazer o gesto político de reestabelecer os canais de negociação e resgatar a representatividade das associações”, defendeu, mantendo a coerência com a defesa dos coletivismos´ (quase sempre inúteis).
O líder da Oposição, Silvio Costa Filho (PRB), disse pregar responsabilidade diante do atual quadro de crescimento de violência.
Não é apenas a questão salarial que está em jogo, são também as condições de trabalho e o combate à criminalidade. A política do constrangimento não vai resolver o impasse. O entendimento só será construído com o diálogo e é essa sinalização que o Governo precisa fazer agora”, afirmou.
O que mudou

O Diário Oficial de Pernambuco trouxe nesta terça-feira (6) a revogação de uma portaria que instituía um fórum para as negociações salariais e por melhorias para os policiais militares do Estado. Com o fim do grupo, que era formado por representantes da Secretaria de Administração (SAD) e por oficiais, os ajustes serão feitos a partir de agora pelo comando geral da corporação.

Os policiais militares marcaram para esta tarde, na Praça do Derby, na área central do Recife, uma assembleia em que podem deflagrar greve. A categoria pede a apresentação de um plano de cargos e carreiras como foi feito com os policiais civis, que têm aumentos para de 2017 e 2018 definidos e, no fim da aplicação do acordo, terão seu teto equiparado ao piso dos delegados.
diario-oficial
Em entrevista à Rádio Jornal, o comandante geral da PM, Carlos Alberto D’Albuquerque, frisou que melhorias para os policiais estão no foco.
O que nós estamos preocupados é com o nosso policial, é com a segurança da sociedade pernambucana. Cada vez mais, nesse momento de crise, é necessária a presença da polícia nas ruas”, afirmou. “O sentimento da tropa, dos nossos oficiais, é que quer uma sociedade segura, a polícia presente.”
Ao Blog de Jamildo, D’Albuquerque afirmou que a data prevista para a negociação é em abril, mas já há uma sinalização do governo estadual para elaborar um plano de cargos e carreiras prevendo reajustes até 2018, da mesma forma que foi feito em relação aos policiais civis. “Vamos sentar com o governo em janeiro e enviar o projeto em fevereiro, no início do ano legislativo, para ser votado antes do Carnaval”, afirmou o comandante geral da PM.

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