Sem polícia na rua, população faz justiça com as próprias mãos
Crise na segurança pública traz medo e maceioense reage com justiçamentos
A crise
na segurança pública de Alagoas tem gerado um reflexo negativo entre a
população do Estado, que tem se defendido como pode. O medo do alagoano,
considerado um sentimento violento de defesa tem sido fazer justiça com
as próprias mãos.
Desde a
quarta-feira da última semana, pelo menos cinco casos de espancamentos e
reações com mortes envolvendo assaltantes foram regsitrados em
Maceió.Os militares do policiamento com viaturas ‘aquartelados’ desde o
último dia 17 de dezembro tem deixado a população alagoana com o coração
na mão. Na semana passada, dois casos foram registrados de assaltantes
que foram espancados por populares após roubos em Maceió.
Na
última quinta-feira, um jovem não identificado teria assaltado uma
mulher na Rua Pedro Paulino, no bairro do Poço, e foi surpreendido por
populares que o cercaram e lincharam com socos e pontapés. Por conta da
ausência de viaturas, homens da Força Nacional fizeram a segurança do
rapaz até a chegada do socorro, que também estava paralisada. Depois de
horas de espera, o suposto assaltante foi socorro por uma ambulância
particular.
Na
quarta-feira, dia 18, o jovem Paulo Victor Gomes, de 20 anos, foi
espancado por populares mesmo após ter desmaiado em um posto de
combustíveis, na Avenida Afrânio Lages, no bairro da Cambona. Ele acabou
não resistindo à gravidade dos ferimentos e faleceu no Hospital Geral
do Estado (HGE) no dia seguinte.
Para o
presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do
Brasil, Seccional Alagoas, Daniel Nunes, o povo está sendo penalizado
com a crise na segurança pública. “Não estou justificando a atitude da
população em fazer justiça com as próprias mãos, mas o medo é um
sentimento violento, que causa uma reação de vingança. Linchamento é um
absurdo, mas o governo tem que resolver este problema da Polícia Militar
que não somente a questão salarial, mas também de pessoal. Existe agora
um conflito politico entre governo e segurança pública depois da morte
do PM em Porto de Pedras”, explicou.
Segundo
Nunes, até mesmo o IML – Instituto Médico Legal tem se recusado de pegar
corpos. “Um rapaz foi morto no Pinheiro com 11 tiros e a família teve
que coloca-lo no carro particular para levar ao IML porque não quiseram
buscar”, revelou.
Para ele, é preciso equacionar os conflitos e acabar definitivamente com o impasse entre governo e tropa militar.
Outro caso
Tribuna hoje
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