Polícia e bandido
A Polícia
Militar nos estados tem sido criticada cada vez que mata bandidos. Aqui
na capital, um assaltante fez refém uma balconista de farmácia. Mantinha
a mulher, grávida, com revólver na cabeça, afirmando que iria matá-la.
Um PM conseguiu salvar a vida da grávida, matando o bandido com um tiro
certeiro na cabeça.
Fui muito criticado porque disse que o episódio teve um final feliz. Sempre soube, desde criancinha, que histórias de bandidos e mocinhos têm um final feliz quando a mocinha é salva e o bandido é morto ou vai para a cadeia. É assim no mundo civilizado.
Fui muito criticado porque disse que o episódio teve um final feliz. Sempre soube, desde criancinha, que histórias de bandidos e mocinhos têm um final feliz quando a mocinha é salva e o bandido é morto ou vai para a cadeia. É assim no mundo civilizado.
Aqui no
Brasil, a torcida parece ser do bandido, contra o policial. E a
realidade é que o policial é punido e o bandido fica impune. Com isso, a
polícia se sente cada vez mais constrangida, quando precisa cumprir com
o seu dever de proteger inocentes e combater o crime.
Semana
passada no sertão pernambucano, um bando de oito assaltantes, atacou
mais um banco usando dinamite, duas carabinas calibre 12, uma
metralhadora 9mm, sete pistolas de calibres .38, .40 e 9mm e um revólver
especial. Tinham 400 cartuchos. A PM pernambucana os perseguiu e eles
tomaram a casa de uma família, fazendo reféns.
Houve
negociações infrutíferas, os bandidos tentaram abrir caminho à bala e a
PM reagiu. Dois bandidos morreram no local, dois no hospital, e quatro
foram feridos e estão presos. Nenhum civil ficou ferido. Uma ação da
maior competência da Polícia Militar.
No país dos
bandidos, não fiquei sabendo de noticiário que louvasse a bem-sucedida
operação. Nosso louvor, nesses dias, tem sido para jogadores de futebol,
que ganham algumas dezenas de vezes mais que um PM para fazer o papel
de circo que nos faz esquecer a desgraça que é viver num país campeão
mundial de homicídios: 137 por dia, a cada dia, na sub-avaliação dos
dados oficiais. Vivemos presos em nossas casas, atrás das grades e com
medo.
Agora passei
minhas férias no Chile, na maior paz, na ausência de assaltos os
assassinatos. Na Itália, em abril, eu sacava euros em caixas eletrônicos
no meio da noite, em becos escuros, sem o menor receio. Por lá,
mataram, no ano passado, 594 pessoas. Aqui, mais de 50 mil. E, neste
país suicida, a torcida de muitos está ao lado dos bandidos.
A PM
pernambucana há tempos vem agindo com o rigor necessário. É prerrogativa
do Estado o uso da força para manter a lei e combater a violência.
Talvez por isso já existe um fio de esperança: Paulo Henrique, 9 anos,
catador de latas em esgotos no Recife, foi fotografado mergulhado na
imundície pelo Jornal do Commércio.
Perguntado
sobre o que gostaria de ser na vida, respondeu: “Quero ser polícia, para
pegar bandido”. Pela pregação de alguns, o ideal seria que os meninos
pobres fossem bandidos, para ter a mesma fama dos fora-da-lei
idolatrados por militantes do politicamente correto. Mas Paulo Henrique
não afundou nesse esgoto, e nos deixa com alguma esperança.
Fonte: Em Tempo
Nenhum comentário:
Postar um comentário