No auge dos meus 49 anos de idade e 22
de policial militar, assisti muitas mudanças em várias instituições,
posso afirmar que o militarismo engessou as corporações militares em
todo Brasil.
Claro que houve mudanças na nossa
instituição também, mas está muito aquém das outras corporações que
integram a segurança pública. Fazendo um histórico rápido de outras
policias é fácil identificar mudanças significativas em algumas
corporações e a inércia das Policias Militares.
A Polícia Federal por exemplo, teve uma
época em que era somente a polícia paga pela União, não tinha expressão
e pouco era conhecida,porém com uma gestão de visão holística se
modernizou, inclusive adotando como requisito para ingresso o nível
superior. A Polícia Rodoviária Federal teve seu tempo de falência quando
pertencia ao Ministério dos Transportes, reagiu com gestão inteligente e
principalmente com legislação inteligente e hoje se equipara a Polícia
Federal.
Na Polícia Civil a mudança para melhor
foi algo muito significativo, no caso me refiro a do nosso Estado de
Sergipe, pois não conheço outras, e mais uma vez a legislação justa e
humanitária foi o grande carro chefe dessa mudança.
Ficamos nós militares presos a uma
ditadura em plena democracia, com uma legislação anacrônica, contrária
aos princípios da cidadania e aos direitos humanos, e sem uma visão de
empresa, o que nos transforma em reles servidores subservientes.
Como manter viva uma instituição que
segue leis e regras,feitas para outra instituição que tem como
objetivos, localizar e eliminar o inimigo, enquanto que nós policiais
militares temos como meta constitucional,garantir o ir e vir do cidadão,
bem como fiscalizar e fazer cumprir as leis instituídas para garantir
os direitos da pessoa humana e zelar pelo bem estar da população.
Enquanto que para nós profissionais de
segurança pública,porém militares, estamos sujeitos a ser presos sem
apuração dos fatos no caso do flagrante por crime militar, que muitas
vezes não passa de uma ponderação a uma ordem de um superior
hierárquico, presos por faltar a um serviço, enquanto qualquer
funcionário de uma empresa onde as pessoas são tratadas como seres
humanos, senão justificarem a falta apenas tem perda pecuniária.
Embora a utilização seja a mais remota possível, a nossa legislação prevê “ PENA DE MORTE POR FUZILAMENTO” somos
brasileiros ou extraterrestres? Afinal no Brasil não tem pena de morte
para os cidadãos. Quais dessas instituições que citei não tem a figura
do chefe e do subordinado, mesmo não sendo militar, é difícil entender
isso, vamos permanecer no fundo do poço para massagear o ego e as
vaidades de poucos, o que a população está ganhando com esse modelo
equivocado de polícia?
Fiquem com Deus, abraço.
Edgard Menezes (cidadão brasileiro)
Fonte: Faxaju
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