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terça-feira, 29 de outubro de 2013

Estamos afundados num militarismo que não faz mais sentido

No auge dos meus 49 anos de idade e 22 de policial militar, assisti muitas mudanças em várias instituições, posso afirmar que o militarismo engessou as corporações militares em todo Brasil.
Claro que houve mudanças na nossa instituição também, mas está muito aquém das outras corporações que integram a segurança pública. Fazendo um histórico rápido de outras policias é fácil identificar mudanças significativas em algumas corporações e a inércia das Policias Militares.
A Polícia Federal por exemplo, teve uma época em que era somente a polícia paga pela União, não tinha expressão e pouco era conhecida,porém com uma gestão de visão holística se modernizou, inclusive adotando como requisito para ingresso o nível superior. A Polícia Rodoviária Federal teve seu tempo de falência quando pertencia ao Ministério dos Transportes, reagiu com gestão inteligente e principalmente com legislação inteligente e hoje se equipara a Polícia Federal.
Na Polícia Civil a mudança para melhor foi algo muito significativo, no caso me refiro a do nosso Estado de Sergipe, pois não conheço outras, e mais uma vez a legislação justa e humanitária foi o grande carro chefe dessa mudança.
Ficamos nós militares presos a uma ditadura em plena democracia, com uma legislação anacrônica, contrária aos princípios da cidadania e aos direitos humanos, e sem uma visão de empresa, o que nos transforma em reles servidores subservientes.
Como manter viva uma instituição que segue leis e regras,feitas para outra instituição que tem como objetivos, localizar e eliminar o inimigo, enquanto que nós policiais militares temos como meta constitucional,garantir o ir e vir do cidadão, bem como fiscalizar e fazer cumprir as leis instituídas para garantir os direitos da pessoa humana e zelar pelo bem estar da população.
Enquanto que para nós profissionais de segurança pública,porém militares, estamos sujeitos a ser presos sem apuração dos fatos no caso do flagrante por crime militar, que muitas vezes não passa de uma ponderação a uma ordem de um superior hierárquico, presos por faltar a um serviço, enquanto qualquer funcionário de uma empresa onde as pessoas são tratadas como seres humanos, senão justificarem a falta apenas tem perda pecuniária.
Embora a utilização seja a mais remota possível, a nossa legislação prevê “ PENA DE MORTE POR FUZILAMENTO” somos brasileiros ou extraterrestres? Afinal no Brasil não tem pena de morte para os cidadãos. Quais dessas instituições que citei não tem a figura do chefe e do subordinado, mesmo não sendo militar, é difícil entender isso, vamos permanecer no fundo do poço para massagear o ego e as vaidades de poucos, o que a população está ganhando com esse modelo equivocado de polícia?
Fiquem com Deus, abraço.

Edgard Menezes (cidadão brasileiro)

Fonte: Faxaju 

SARGENTO EDGARD MENEZES E VICE-PRESIDENTE DA AMESE - Associação dos Militares de Sergipe.

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