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quinta-feira, 23 de junho de 2011

OBRAS DA COPA EXIGE DESAPROPRIAÇÃO

URBANISMO

Projeto viário para a Copa desaloja 600 famílias em Camaragibe

Famílias querem mudança de projeto e prometem fazer protestos e recorrer à Justiça

Publicado em 23/06/2011, às 10h46

Do JC Online

O projeto de uma obra de acesso à infraestrutura viária para a Copa do Mundo de 2014 está tirando o sossego de um grupo de moradores de Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife. O medo da população tem uma razão. Para viabilizar o chamado binário da PE-05, mais conhecida como Avenida Belmino Correia, o governo do Estado prevê a desapropriação de até 600 imóveis no município. Temendo os valores que serão pagos em indenizações, geralmente bem abaixo do preço de mercado, e a mudança que a saída do local representará em sua vidas, os moradores pressionaram a Prefeitura de Camaragibe e prometem fazer protestos para mudar o traçado do futuro corredor.


O maior impacto aconteceria na Avenida dos Girassóis, uma via secundária, situada paralelamente à Avenida Belmino Correia. Ela tem um quilômetro de extensão e teria demolidas todas as casas situadas no lado direito, no sentido Camaragibe-São Lourenço da Mata. A maioria delas é composta por residências amplas, que os moradores dizem ter bom valor de venda. “Não queremos sair daqui. Isso é o que importa. Se hoje quisessem dar R$ 500 mil pela minha casa, eu não aceitaria. É muito difícil sair do que é seu quando sua vida está estabilizada e com perspectivas de melhorar”, argumenta o comerciante Sávio Peixoto, que mora na avenida há mais de dez anos e está construindo apartamentos para locação.Os moradores pedem que o governo encontre outro traçado para o binário, que não seja pela Avenida dos Girassóis. “Existem alternativas. Nós sugerimos, inclusive, um caminho que até sairia mais econômico para o Estado, porque exige menos desapropriações. Se a via seguisse pela área da antiga Fábrica Braspérola, pegando a Avenida Padre Oséas, mais conhecida como Corredor da Folia, seriam 300 imóveis a menos para demolir”, argumenta outra moradora, Maria José Ferreira, que reside no local há 20 anos.“Queremos uma definição. Algumas pessoas chegaram a passar mal depois que suas casas foram medidas por técnicos. Eles vieram, mediram, mas não disseram nada. Estamos numa agonia”, define. Diversos moradores estiveram reunidos, ontem à noite, com o prefeito de Camaragibe, João Lemos (PT), para discutir o que acontecerá na área, mas o gestor municipal já teria adiantado a algumas pessoas que todas as definições caberão ao Estado. A reportagem procurou o prefeito, mas nenhum retorno foi dado.O governo, por sua vez, tranquilizou a população. O secretário-executivo de mobilidade das Cidades, Flávio Figueiredo, adiantou que o traçado do binário não está definido e pelo menos duas outras alternativas estão sendo analisadas. Ele argumenta, entretanto, que o projeto tem que ser executado para permitir a viabilização do prolongamento do Corredor Leste-Oeste, que sairá da Avenida Caxangá e terá continuidade pela PE-05 até o Terminal Integrado de Camaragibe.

http://sargentoricardo.blogspot.com/

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