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Romário costura alianças e pede apoio para o PSB na Baixada Fluminense
RIO - Duas da tarde de quinta-feira. O movimento de engravatados nos voos que chegam de Brasília ao Santos Dumont não deixa dúvidas. Boa parte da bancada fluminense na Câmara está regressando. Só um deles tem dificuldade de atravessar o saguão. Fisionomia cansada, Romário é parado para pedidos de autógrafos e fotos. Algo natural desde os tempos de goleador. O diferente é o jogo que ele se prepara para jogar no Rio. Vai trabalhar as bases, costurar alianças e apoios, fortalecer seu partido. Na Baixada Fluminense, que lhe deu quase 26 mil votos, Romário tenta se consolidar como força política.
Após reuniões em seu escritório na BarRda Tijuca, chega por volta das 20h a uma escola em Vilar dos Teles onde estão líderes comunitários da Baixada, alguns deles futuros candidatos a vereador. O ex-jogador, antes avesso aos treinos, mostra desenvoltura e paciência ao ouvir pedidos e promete apoiar os que o ajudaram na campanha. Até pede filiações ao PSB. Romário, que faz questão de dizer que não se considera "um político convencional", joga o jogo político. Mas tem suas peculiaridades. Diz que não promete o que não pode fazer e pede desculpa ao usar o que "não é termo para um deputado":
- Prometo que vocês vão ter um cara brigando pra c... para ajudar.
E é direto:
- Eu me comprometi que vocês me ajudariam a ser eleito e que em troca eu faria o mesmo - diz. -
Outra coisa importante é filiação ao partido. Fortalece meu mandato e o PSB.
A assessora Edianne de Abreu lembra aos presentes que o trabalho do deputado em Brasília ajuda a liberar recursos aos municípios. Romário bate em duas teclas: inclusão social pelo esporte e criação de centros para tratamento de pessoas com deficiência, que promete instalar ali na Baixada. Em seguida, ele diz ter ouvido do presidente do PSB, Alexandre Cardoso, que é secretário estadual de Ciência e Tecnologia, que o primeiro Centro de Vocação Tecnológica durante o mandato de Romário será na Baixada.
Um policial militar pede luta pela PEC 300, que equipara salários de policiais militares e bombeiros de todos os estados com os de Brasília. Romário só tropeça ao citar, aparentemente de forma aleatória, números distantes dos reais.
- Não estou aqui para contar historinha, mentira, piada para conseguir voto. Vai ter melhoria, mas é difícil equiparar. Brasília tem 5 mil PMs porque só precisa de 5 mil. O Rio tem 100 mil e precisa até de mais. Tenho só um voto que vale igual ao dos outros 512 deputados - diz, embora o Rio tenha 39 mil PMs contra 14 mil do DF.
Já passa das dez da noite. A sexta-feira lhe aguardava com cinco reuniões no escritório. O lazer, no entanto, ainda é o mesmo dos tempos de jogador: praia, peladas e futevôlei. Na segunda-feira, antes de viajar para Brasília, foi à noite ao clube Caça e Pesca, na Barra, onde joga semanalmente. Na sexta, o habitual é o futevôlei, cancelado na última semana por causa de um compromisso com uma das filhas.
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