Seja em ondas intensas ou casos pontuais, as mortes de policiais sempre ocorrem, em geral acompanhadas de uma carga justificada de revolta e insatisfação, além de repetidas manifestações do gênero “até quando?” ou “temos que dar a resposta!”, mas algo há de ser observado: quem está dizendo isso?
Muitas vezes, o insatisfeito é justamente um dos que mais dão causa a esse tipo de ocorrência. O que se quer dizer com isso? Paradoxalmente, policiais que pregam “operação boticário”, “macete”, “não vale a pena ser operacional”, logo se posicionam como solicitantes de providências, as quais, não raro, deveriam ter sido tomadas por ele mesmo antes do pior acontecer.
Ser atuante, combativo, é motivo de orgulho, algo a ser estimulado, sem o medo injustificado dos que temem ser punidos. Observando friamente, os “operacionais” que são alvo de processos, inquéritos e denúncias, geralmente praticaram atos ilegais, sem respaldo, e isso os torna passíveis de punição, em maior ou menor grau. Há sim denúncias infundadas contra quem cumpria obrigação, ou intolerância e perseguição por parte de órgãos e autoridades, mas a reunião de provas e testemunhos no processo de defesa há de ser suficiente para livrá-lo da acusação.
Quem apreende armas e munições ou captura marginais, tem o direito de usufruir da sensação do dever cumprido, o que também alcança aqueles que cumprem sua missão preventiva, fazendo rondas, ação de presença, medidas que visem evitar o cometimento de crimes.
Mas aquele que se orgulha da omissão, que assedia o colega que é dedicado querendo desmotivá-lo, deve carregar sozinho ou com seus asseclas o peso da responsabilidade pelo ocorrido, preferencialmente repensando sua postura, para constatar que a causa mortis do seu parceiro, parente, amigo, ou até dele mesmo, foi justamente sua falsa ilusão de que estava prejudicando mais alguém do que a si próprio quando deixou de cumprir com o seu dever. Tarde demais…
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