Como ouvinte, leitor assíduos e admirador do seu trabalho, gostaria de opinar sobre suas ponderações recentes em oposição a instalação de uma usina nuclear no nosso querido Sertão, mas especificamente em Itacuruba.
Não só pelo olhar técnico (sou Engenheiro Eletricista), mas pelo olhar econômico, acredito que tal usina trará um grande avanço para a região. Vale lembrar que os problemas ocorridos no Japão jamais aconteceriam em Pernambuco, pois a usina em questão foi construída há 40 anos, com reator no nível do solo e é administrada por uma empresa terceirizada. Hoje, já existem reatores infinitamente mais avançados, que usam técnicas de resfriamento diferente da usada em Fukushima. Além disso, a constituição geológica do sertão está completamente livre de abalos sísmicos ou outras perturbações de qualquer ordem.
Sob o ponto de vista econômico, de acordo com dados do PNUD a renda média mensal do chefe de família no município é de R$448,00 (dados de Abril/2004), havendo 177 famílias sem rendimentos. Com relação aos indicadores sociais, o município ocupa a posição 112 do estado no índice de exclusão social (Cortez Editora, 2000). Lembro que a usina em questão terá capacidade de 6.600 megawatts e vida útil de pelo menos 60 anos, irá atrair profissionais (Engenheiros, técnicos e pesquisadores) com rendimentos médios de 10 salários mínimos, dinamizando consideravelmente a economia local.
Ou seja, a desinformação - ou outros interesses de políticos retrógados -, levará o nosso sofrido sertão a perder uma grande oportunidade de desenvolver-se e diversificar sua economia, hoje composta por pobres dependentes da esmola eleitoral do bolsa família. Será que esses políticos opositores ao Projeto não temem muito mais a independência financeira da população local do que os remotíssimos efeitos da improbabilíssima radiação?
Grato pela atenção.'
Hilson Vilar
Engenheiro Eletricista
Fonte: Magno Martins
Nenhum comentário:
Postar um comentário