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quarta-feira, 23 de março de 2011

Comandante da PM em SC diz que está surpreso com decisão de tratar soldado de Joinville-SC, pelo SUS

Coronel Nazareno Marcineiro garante que não faltará apoio para o policial se tratar

Diogo Vargas | diogo.vargas@diario.com.br

O comandante-geral da Polícia Militar em Santa Catarina, coronel Nazareno Marcineiro, diz que está surpreso com o encaminhamento de tratamento pelo SUS do policial que ficou nu depois de disparar contra um motorista na última semana em Joinville, no Norte do Estado. Confira a íntegra da entrevista concedida ao Diário Catarinense, em que o coronel fala sobre o caso:
Diário Catarinense: O PM terá tratamento de saúde em Joinville pelo SUS. Qual a sua visão sobre isso?
Nazareno Marcineiro: Não concordo que tem que ser pelo SUS. Não sabia desse encaminhamento. Não vai faltar apoio para esse rapaz se tratar. Pode ser que mesmo pago pelo SUS eles tenham lá condições de dar tratamento melhor do que nós sejamos capazes de dar. Não faltará a ele assistência de qualidade, a melhor possível. Vai ter um médico da PM acompanhando.

DC: Ele não ficará dependendo de fila por exemplo?
Nazareno: Dizer que ele nunca vai ficar esperando em não posso dizer. Mas eu sei que ele não será tratado como qualquer um. Vai ser tratado como um policial militar e receber a acolhida.

DC: Por que não fica no hospital da PM?
Nazareno: Existem algumas regulamentações em hospitais e nosso hospital não está habilitado para tratar esse tipo de caso. Por isso não está internado no nosso hospital. A polícia não vai faltar a ele. Essa é a orientação que estou dando.

DC: O soldado já tinha apresentado problema psiquiátrico. Como estava trabalhando?
Nazareno: Estava em São Francisco do Sul. Foi detectado problema e transferido a Joinville na expectativa que melhorasse o comportamento.

DC: Por ano mais de 400 PMs são afastados por problemas de saúde. Que medidas o senhor tomará para mudar essa realidade?
Nazareno: Temos sim preocupação muito aguda quanto à saúde do policial militar e atenção preventiva. Estamos criando um órgão responsável preventivamente pela saúde do policial militar. A natureza do serviço policial é estressante e por isso temos de ter estrutura de saúde. No entanto, nos últimos anos o quadro médico ficou um pouco descuidado e estamos resgatando na medida do possível. Há uma carência e precisa ser tratada (afirma que falou a respeito com o governador Raimundo Colombo).

DC: Quantos médicos há na PM?
Nazareno: Temos 14 médicos. Pode e deve ter mais. Temos um quadro na saúde na corporação que tem muitas vagas de médicos que estamos tentando reestruturar.

DC: Há um projeto de lei na Assembleia (PL 149) que previa assistência psicológica, mas foi vetado em 2009 pela então governador Luiz Henrique da Silveira. Essa questão é uma reivindicação da Aprasc.
Nazareno: Realmente, nossos policiais são credores dessa assistência psicológica. Estamos direcionando nossos esforços para melhorar ainda mais as questões dos policiais. Agora, águas passadas não movem moinhos. Vamos tocar daqui para a frente e trabalhar para dar assistência médica e psicológica para que possam trabalhar normalmente. Essa é a postura do comando atual.

http://sargentoricardo.blogspot.com

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