Cruzeiro
do Oeste – A rotina de policiais militares nem sempre é fácil. São
escalas de serviço que atravessam a madrugada, aniversários comemorados à
distância, riscos à vida e outras datas, como o dia dos pais, celebrado
hoje (10), dentro da viatura em patrulhamento. Ainda assim, há filhos
que, a exemplo do pai, seguem a carreira militar e numa coincidência do
destino acabam servindo juntos, no mesmo quartel, na sede do 7º Batalhão
de Polícia Militar (7º BPM), em Cruzeiro do Oeste.
O sargento Almir
Martinez, 45, tem 19 anos de Polícia Militar (PM). Ele entrou na
corporação depois de trocar a boleia de um caminhão pela farda. “Na
época foi mais pela questão salarial, mas depois a gente vai gostando e
se apaixona pela profissão”, explica. Paixão que foi repassada ao filho,
o soldado Leonardo Martinez, 22, que passa hoje o primeiro Dia dos Pais
na mesma profissão do sargento. “Escolhi isso pelo exemplo que ele me
dava dentro de casa e pela demonstração do que ele fazia”, diz o
policial militar.
Aos seis anos de
idade o soldado Leonardo voltava para casa quando viu diversas viaturas
em frente a um prédio em Cruzeiro do Oeste e foi checar o que era, já
que o pai trabalhava na Polícia Militar. Dentro da edificação o pai era
mantido refém e as equipes jogavam bombas para conter os sequestradores.
“Quando cheguei em casa disse para minha mãe: o pai morreu”, lembra.
Instantes depois
chegava o sargento Almir. A situação fazia parte de um treinamento da
Polícia Militar. Anos depois, em 2000, a situação passaria a ser real.
Um colega de farda foi assassinado a tiros numa emboscada ocorrida em
Umuarama. O sargento Almir estava junto às equipes que foram atender uma
falsa denúncia de tiroteio. No local, o risco era verdadeiro, e apesar
de o sargento ter socorrido o policial ferido, ele não resistiu.
“Eles atiraram
contra a guarnição e eu cheguei a levar ele para o hospital, mas ele
morreu depois de algumas horas. Mas em todos os lugares são assim, tem
altos e baixos em qualquer profissão”, relembra o policial militar.
Mesmo com esses
percalços o soldado Leonardo desde o ensino médio pensava em seguir os
passos do pai. Depois disso começou a cursar Direito na Universidade
Paranaense (Unipar), mas nem só os professores de Umuarama têm lugar nos
estudos do soldado Leonardo. Na escola de formação do 7º BPM, o pai
passa ao filho os ensinamentos da PM, dessa vez como colega de farda.
“Dos [policiais] mais antigos é o que a gente tem mais contato, é muito
bom trabalhar junto”, conta.
No primeiro jogo
da Copa do Mundo, finalmente, pai e filho, sargento e soldado,
trabalharam juntos em patrulhamento pela cidade. “Foi bem tranquilo, ele
é um cara tranquilo e não foi registrada nenhuma ocorrência”, revela o
soldado Leonardo. Neste domingo pai e filho, colegas de trabalho e
amigos na vida, irão dividir experiências de farda e receber o carinho
um do outro no Dia dos Pais.
Fonte: Ilustrado
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