Policial lotado no 15º BPM denuncia suposto abuso na unidade militar
Posted by Josué Figueira on março 1st, 2014
O
Site Paredão do Povo recebeu um relatório de um policial militar lotado
no 15º BPM com sede em Belo Jardim, segundo o policial militar, os
praças estão insatisfeitos com algumas atitudes daquele aquartelamento
militar.
O
Site Paredão do Povo informa ainda que, o espaço aqui é liberado tanto
para supostas acusações como também a defesa de quem foi denunciado,
informamos também que o Site tem um bom relacionamento com o comando do
15º BPM, e após o carnaval iremos até a unidade militar para tentarmos
conversar com o comando. Vejam a nota enviada com exclusividade ao Site
Paredão do Povo:
A escravidão Policial
Venho por meio deste
instrumento de imprensa expressar minha indignação com a Polícia Militar
de Pernambuco, mais precisamente, com o descaso que o 15º BPM – Belo
Jardim tem com o seu efetivo.
O 15º BPM é composto por uma equipe de policiais dignos,
trabalhadores, cumpridores de suas obrigações, policiais que se empenham
ao máximo na preservação da ordem publica nas cidades de Belo Jardim,
São Bento do Una, Cachoeirinha, Tacaimbó e São Caetano, contudo este
efetivo não é reconhecido por seus comandantes, sendo submetidos às
escalas escravas de trabalho em eventos, escalas extras, contra a
vontade da maioria, escalas em outras unidades, a exemplo de Gravatá,
onde o policial é escalado e tem que se deslocar por conta própria para
aquele destino e ninguém pode questionar nada, pois fica marcado e é
perseguido.ISTO É UM ABSURDO! Ou melhor, absurdo é o que vem por aí.
O departamento de pessoal, mas
conhecido como P1 ou 1ª seção, neste período carnavalesco, rasgou todos
os princípios de moral, dignidade, família, direitos humanos, entre
outros. Para se ter idéia, neste período foi elaborada uma escala de
serviço extra de carnaval 2014 (segue em anexo), que, para meus
princípios, se trata de uma escala escrava. Pergunto: a escravidão
acabou de verdade? Neste período, o policial do 15 º BPM, em um espaço
de 72 horas, trabalhará 44, folgando, apenas, 28 horas.Vou tentar
explicar para melhor entendimento:
Dia 01: serviço ordinário, 24 horas
de serviço compreendidas entre 08h às 08h. OBS: serviço na guarnição
tática, atendendo todo tipo de ocorrência, podendo não largar as
08h,caso atenda uma ocorrência às 07h, por exemplo, e esta ocorrência
for um flagrante, aí não se sabe a que horas o policial irá largar.
Dia 02: um serviço extra de
carnaval no período da noite, onde na escala só diz a hora de começar,
pode ser às 19h, 20h, 21h e se estende até o término da festa.O policial
folgou 10 ou 12 horas depois de 24 horas acordado no dia anterior.
Dia 03: UM ABUSO! Um serviço extra
na guarnição começando às 08 h até às 20 h, ou seja, doze horas de
serviço.Detalhe: o policial esteve de serviço na madrugada do mesmo dia,
num serviço de PO,à PÉ e que largou por volta das 04 h da manhã, tendo
um período de descanso, entre um serviço e outro, de apenas 04 horas.
O policial não tem nenhuma
condição física e psicológica de tirar um serviço deste.Isso é uma falta
de respeito, uma falta de humanidade, em pleno século 21 ainda existe
este tipo de coisa, ainda existe a escravidão. Um policial que vai para a
rua atender ocorrências, solucionar problemas junto à sociedade tem que
estar com a mente descansada, deve ser por isso que, às vezes, o
policial se excede, perde o controle.Não é pra menos, com uma escala
dessa o policial perde o raciocínio e o reflexo.
Conforme o regulamento, o
policial terá 03 horas de folga para cada hora trabalhada e, caso tenha
interesse, serviços extras remunerados, no período em que se encontra
folgando.Só que na policia militar não é bem assim.Somos escalados
obrigados, na força do militarismo.Se questionar, somos perseguidos,
isso tem que acabar, não pode continuar assim, alguém tem que fazer
alguma coisa. O policial, acima de tudo, é um ser humano, temos esposa,
filhos, família e zelamos pela nossa saúde. Peço encarecidamente que
este texto circule pela mídia e chegue às mãos das autoridades para ser
tomada alguma providência.
Assinado: Policial indignado com a situação atual
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