Policiais recém-formados no Ceará começam a atuar sem colete e arma
Governador
Cid Gomes cita demora na aquisição dos equipamentos. Secretaria diz que
fez licitação para adquirir 5.100 coletes à prova de bala.
Do G1 CE
Os 1.110
policiais militares recém-formados no Ceará que começaram a atuar nas
ruas neste fim de semana iniciaram as atividades sem coletes à prova de
bala e sem revólveres, como foram flagrados em diversas áreas da Grande
Fortaleza .
Nesta
segunda-feira (4), o governador do Ceará, Cid Gomes , diz que os
policiais começaram as atividades sem equipamento de proteção por causa
da demora na aquisição dos itens. “Entre uma autorização do governador
de reservar um recurso para aquisição de armamento ou de equipamento de
proteção e a efetiva aquisição desses equipamentos demora um certo
tempo”, diz o governador.
“Você fica entre
a cruz e a espada. O que você faz, você está com os policiais prontos,
bota eles na rua ou deixa eles em casa esperando que chegue um ou outro
equipamento?”, questiona.
A Secretaria da
Segurança Pública e Defesa Social do Ceará afirmou que fez na
quinta-feira (31 de outubro) a licitação para aquisição de 5.100
coletes. A secretaria, no entanto, não informou quando os coletes serão
entregues aos policiais que já atuam na segurança pública.
Mais de 1.057
policiais militares realizaram a cerimônia de formatura na sexta-feira
(1º). O evento ocorreu no Centro de Eventos do Ceará, com a presença do
governador Cid Gomes. Essa é a segunda turma do Curso de Formação
Profissional da Polícia Militar do Ceará do concurso de 2012. Durante a
solenidade, o o governador Cid Gomes afirmou que iria fazer a da
terceira turma, que corresponde a 1.100 vagas de novos policiais
militares, até o próximo dia 15 de novembro.
Coletes à prova de bala vencidos
Em julho, policiais militares denunciaram que usavam coletes à prova de bala com o prazo de validade vencido. De acordo com o delegado Andrade Jr., da Secretaria da Segurança Pública, de 14 mil coletes apenas 15% estão com a validade vencida.
Em julho, policiais militares denunciaram que usavam coletes à prova de bala com o prazo de validade vencido. De acordo com o delegado Andrade Jr., da Secretaria da Segurança Pública, de 14 mil coletes apenas 15% estão com a validade vencida.
O uso do colete à
prova de balas por policiais é obrigatório e uma exigência da
Organização Internacional do Trabalho (OIT). Passado o prazo de validade
informado não há mais garantia de que uma bala não perfure o colete.
Para a diretora
da Associação dos Profissionais de Segurança Pública, Ana Paula Aragão, a
situação é preocupante. "Essa questão tem de ser resolvida da forma
mais rápida possível. O policial está nas ruas diariamente arriscando
sua vida [...] e o único aparato que ele tem para se proteger é o colete
à prova de balas", afirmou.
Daqui pra baixo a matéria é do jornal O Povo do Ceará
2013
Policiais recém-formados são flagrados trabalhando sem arma
Policiais
fazem parte da turma 1.097 soldados apresentada na última sexta-feira,
que fará policiamento na Região Metropolitana de Fortaleza. Parte deles
estava policiando ruas da Capital sem colete ou armamento
NOTÍCIA26 COMENTÁRIOS
hiago Paivathiagopaiva@opovo.com.br
Parte dos 1.097
policiais militares recém-formados, apresentados em solenidade na última
sexta-feira, 1º, foi colocada para realizar o policiamento ostensivo
nas ruas da Capital e Região Metropolitana sem equipamentos de proteção,
como coletes balísticos e armamento. A situação foi constatada pelo O POVO, na
tarde do último sábado, e contraria determinação do próprio
Comando-Geral da Polícia Militar, que classifica os itens como
obrigatórios.
O flagrante
ocorreu nos bairros Aldeota e Meireles. No cruzamento entre as avenidas
Padre Antônio Tomás e Virgílio Távora, por exemplo, uma dupla de
policiais exibia o coldre sem arma. A cena se repetiu também nas
esquinas das ruas Paula Ney e Coronel Jucá e José Vilar e Pereira
Filgueiras. Os PMs abordados pelo O POVO se recusaram a falar, temendo
sofrer algum tipo de punição. Um deles informou apenas que pertencia à
1ª Companhia do 1º Batalhão de Policiamento Comunitário, no Serviluz.
De acordo com o
artigo 22 da Lei de Organização Básica da PM-CE, na atividade de
policiamento ostensivo, devem ser utilizados “fardamentos, armamentos,
equipamentos, aprestos e outros materiais que auxiliem direta e
indiretamente o trabalho policial militar e sua identificação, exceto
nas ações de inteligência que obedecem à regulamentação apropriada”.
Vereador e
presidente da Associação dos Profissionais de Segurança Pública do Ceará
(Aprospec), o capitão Wagner de Sousa classificou a situação dos PMs
como absurda e informou que acionará o Ministério Público Militar e a
Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e
Sistema Penitenciário (CGD), por cometimento de crime militar.
O capitão disse
ainda que todos os PMs do Estado, “sem exceção”, estão utilizando
coletes vencidos no último dia 5 de agosto. Ele lembrou que, somente
este ano, 17 policiais foram assassinados no Ceará.
“Numa cidade com
tamanho número de policias mortos, trabalhar totalmente desguarnecidos é
absurdo. É falta de planejamento. Até porque, no caso das armas, em
alguns quartéis elas sobram”, disse.
Sem contato com a PM
Entre a tarde e
noite de ontem, O POVO entrou em contato com o comandante do Ronda do
Quarteirão, tenente-coronel Marcello de Lima Furtado. Ele informou que
não concede entrevistas, solicitou que a reportagem procurasse o setor
de Relações Públicas da PM e encerrou a ligação. Entretanto, o relações
públicas da PM, tenente-coronel Fernando Albano, também não atendeu as
chamadas.
Também não houve
atendimento nos celulares da assessoria de imprensa da Secretaria da
Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), bem como no celular do
comandante do Policiamento da Capital (CPC), coronel João Batista dos
Santos. O comandante-geral da PM, coronel Lauro Prado, também foi
procurado. Ajudante de ordem do comandante, o major Marcus Costa
comunicou o coronel da tentativa de contato do O POVO. Ele informou que a
PM retornaria a ligação, o que não ocorreu até o fechamento desta
matéria.
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