Presidente e chefe militar da AL-BA são acusados de desviar funções de PMs e tráfico de influência
por Sandro Freitas
O
Ministério Público Estadual (MP-BA) e a Polícia Militar vão investigar
as denúncias de desvio de função, tráfico de influência, improbidade
administrativa e crime militar dentro da Assembleia Legislativa da Bahia
(AL-BA). Exonerados recentemente, o subtenente Evaldo Silva e o
sargento Santos acusam o coronel Yuri Pierre, atual chefe da Assistência
Militar da Casa, de montar um esquema em que quase 40 policiais, dos 63
que atuam na AL-BA, trabalhariam em desvio de função, como seguranças particulares de deputados, condutores particulares e até motoristas de familiares dos parlamentares. Na denúncia, apresentada ao MP-BA, à Justiça Militar, associações de policiais e ao Comando Geral da PM,
eles indicam que não só o presidente Marcelo Nilo (PDT) dispõe do
serviço. Conforme documentos entregues ao Bahia Notícias pelo
subtenente, ainda há outros parlamentares que utilizam irregularmente o auxílio policial:
Maria Luiza Orge (PSD), Elmar Nascimento (sem partido) e José de
Arimateia (PRB). Já Carlos Gaban (DEM), Ângelo Coronel (PSD) e Reinaldo
Braga (PR) teriam direito por serem ex-presidentes. (Confira na foto
abaixo)
Foto: Max Haack / Ag. Haack / Bahia Notícias
Em
entrevista ao BN, Nilo desqualificou os denunciantes. “Os dois
militares [tenente Santos e subtenente Evaldo] não queriam nada com a
hora do Brasil. Só queriam viajar para o interior e fazer política. Faziam corpo mole. Eu botava eles no plantão e eles não vinham. Eu peguei os dois e devolvi para o Comando [da PM]. Eles chantagearam.
Fruto disso, começaram a denunciar que aqui existem policiais fora da
função. Não existe”, argumentou. O presidente da AL-BA ainda negou que o
coronel Yuri trabalhe no gabinete dele, enquanto Evaldo alega que “extraoficialmente” o chefe da Assistência Militar atua com o pedetista.
Yuri foi exonerado do cargo de chefe de gabinete do presidente da
AL-BA, fato negado também por Marcelo Nilo, apesar de constar no Diário Oficial do Legislativo de maio/2011.
Sobre o uso do policial militar como motorista de Maria Luiza, Nilo
confirmou, ao relatar que foi um pedido dela quando era casada com o
então prefeito de Salvador, João Henrique (PSL). Já no caso de Elmar
Nascimento, o PM teria sido destacado para atuar com o deputado durante
20 dias, após solicitação devido à falta de segurança na cidade de Campo
Formoso, mesmo caso de outros parlamentares. Nilo ainda pontuou que este tipo de serviço provisório é legal. “Tudo dentro da lei”, disse. Em nota enviada ao BN, a Assembleia também negou as denúncias (confira aqui o documento). A SSP apenas relatou que vai apurar as acusações quando receber uma representação formal.
Fonte: Bahia Notícias
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