Partido focado em segurança pública ganha força e pode concorrer em 2014
Após ser reacendido o debate em torno redução da maioridade penal,
atuação das polícias, entre outros temas, um partido está próximo de ser
registrado pensando, quase com exclusividade, na segurança pública e na
cidadania. O PSPC (Partido da Segurança Pública e Cidadania) foi
planejado em 2007, mas só agora em 2013 está prestes a completar o total
de assinaturas necessárias para concorrer às Eleições.
Com os pilares segurança pública, educação e saúde, o partido quer
valorizar o que seus membros acreditam ter sido deixado de lado, segundo
Júlio Neto, presidente da executiva municipal do PSPC em São Paulo.
— Verificamos que a ideia não era defender apenas um segmento, mas
sim os segmentos que estavam abandonados pelo governo. Seriam estes a
segurança pública, educação e saúde. Chamamos estes de tripé da
sociedade, pois, sem eles, ela não funciona. E, hoje, a sociedade tem
deixado de funcionar porque isto está faltando.
Neto critica os problemas estruturais dos aparelhos públicos
relacionados a estas áreas para justificar a criação do partido e negar a
visão de serem de uma causa única. Na área da educação, por exemplo,
Júlio faz críticas pessoais ao atual sistema de aprovação automática. O
partidário diz que é difícil um jovem hoje ter o mesmo conhecimento que
se tinha na escola há 30 anos.
Júlio Neto é sargento reformado da Polícia Militar. O fundador do
partido, Edivaldo de Farias, é capitão da Polícia Militar do Distrito
Federal. A cúpula nacional do partido tem a forte presença de
integrantes de forças policiais e de acadêmicos. Questionado sobre a
possível falta de experiência política de seus componentes, Neto
descarta que isso seja um problema.
— Nós não temos nenhum político profissional no partido.
A possibilidade de coligações também é outro ponto polêmico discutido
entre os membros do partido. A maioria se posiciona contra, segundo
Júlio Neto.
— O tempo [ganho pela coligação] é excelente para você fazer
campanha. Mas você trazer alguém para te dar tempo na TV, e,
simultaneamente, ele te fazer perder tempo fazendo besteiras, você
começa a perder os eleitores.
Plataforma e registro
Segundo a coordenação, o partido está presente em 16 Estados. O CNPJ
foi registrado em 2011 e falta menos de 10% do total de assinaturas
necessárias para que ganhe o registro definitivo no TSE (Tribunal
Superior Eleitoral).
Para defender o “tripé” saúde, educação e segurança pública, o PSPC
agrega em sua maioria professores, policiais, estudantes, médicos,
profissionais de saúde e donas de casa.
A intenção da executiva nacional do partido é concorrer a cargos
majoritários já em 2014. Para isso, deve concluir o registro junto ao
TSE até o mês de outubro.
Sopa de letrinhas
Segundo o professor Valeriano Costa, cientista político da Unicamp, a
criação de novos partidos não dificulta o jogo político no Brasil. Isto
porque o brasileiro não escolhe o partido, mas sim o candidato.
— Às vezes, o candidato muda de partido, e seu eleitor nem sabe.
Em poucos casos a pessoa vota especificamente no partido. O PT é um desses exemplos.
— O PT vota no PT pelo PT, mas isso é minoritário. A maioria dos eleitores vota no candidato, e não no partido.
FONTE – R7
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