Cerca de 50 mulheres protestaram no fim da manhã neste domingo (12) contra o Governo do Estado, em frente à sede do Batalhão de Policiamento de Eventos da Polícia Militar do Ceará, na BR-116. Elas reclamavam das expulsões e transferências dos PMS e impediram por duas horas a saída dos policiais escalados para o Clássico-Rei, no Estádio Presidente Vargas. O jogo é válido pelas semifinais do Campeonato Cearense.
Policias saíram por buraco
Segundo a presidente da Assepec, Nina Carvalho, o Governo do Estado não cumpriu acordos firmados com a Polícia Militar, após a greve da categoria em janeiro de 2012. Para tentar sair, os policiais abriram um buraco no muro que fica atrás do Batalhão de Eventos.
As mulheres da Associação das Esposas dos Praças e Militares do Estado do Ceará (Assepec) acabaram liberando o bloqueio depois de uma reunião com o governador Cid Gomes, o secretário de Segurança Pública, Francisco Bezerra e o comandante geral da Polícia Militar, Werisleik Matias.
Após a reunião, ficou acertado que uma comissão de três mulheres irá ter uma audiência com o governador, o secretário de segurança e o comandante geral da PM no dia 24 de maio, às 15 horas, no Palácio da Abolição, sede do governo. "No começo, ele foi resistente, mas vai receber uma comissão que vai apresentar as demandas das transferências e das expulsões", afirma a presidente da Assepec, Nina Carvalho.
Cid Gomes discute com Capitão Wagner
'Reações fortes' 
Na chegada, o governador discutiu com o vereador Capitão Wagner, um dos líderes do movimento grevista de 2012. "Se fizer alguma confusão aqui será dado ordem de prisão a você", disse Cid Gomes. O vereador foi impedido de participar da reunião.
Antes de sair do Batalhão, o governador afirmou que vai reagir dentro da lei contra as manifestações. "Há indícios claros de formação de motins na Polícia Militar. Na outra vez fomos pegos de surpresa, mas agora não vamos ser mais pegos. Qualquer movimento que houver de indisciplina, de promover insegurança no estado terá reações fortes dentro da lei. Eu acompanharei isso pessoalmente", disse Cid Gomes na saída.
Mulheres abraçaram ônibus para impedir saíde de policiais
Viaturas do Choque e do Raio estiveram no local para controlar a manifestação. As mulheres abraçaram ônibus que levariam os policiais para os postos, e alguns pneus também foram esvaziados. Antes da chegada dos representantes do governo ao local, o G1  tentou contato com o comandante do Batalhão de Eventos, Major George Benício, mas ele informou que não podia atender às ligações da reportagem. O comandante do Policiamento da Capital, Coronel Carlos Ribeiro, também não atendeu as chamadas.
De acordo com o comandante geral da Polícia Militar, Werisleik Matias, o policiamento deste domingo (12) para o jogo vai funcionar normalmente. "Todos os policiais escalados já assumiram seus postos e estão todos nas áreas", diz.
Cerca de 660 policiais foram escalados para a segurança da população dentro e fora do Estádio Presidente Vargas, para o confronto de Ceará e Fortaleza, no jogo de volta das semifinais do Campeonato Cearense. De acordo com a Aspramece, "se não tiver esse batalhão (de eventos), dificilmente tem jogo".