Leonardo Lucena e Paulo Emílio_PE247 - O apagão
que ocorreu na madrugada de hoje (26) por conta de um incêndio nas
subestações de Colinas (TO) e Imperatriz (MA) e provocou um curto
circuito que afetou a ligação entre os sistemas Norte/Nordeste e
Sul/Sudeste, causou uma série de prejuízos em toda a Região. O blecaute,
que foi o quarto neste semestre e o segundo na região nordestina em
menos de um mês, provocou prejuízos no abastecimento de água, no
trânsito, com o desligamento dos semáforos, e também a empresas de
grande porte localizadas no Complexo de Suape, como a Cereser. A
Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe) observa,
contudo, que o maior prejuízo fica na falta de confiança do empresariado
no sistema elétrico nacional.
Embora o apagão tenha acontecido durante a madrugada, diversos
problemas relacionados à falta de energia persistiram ao longo do dia.
NO caso do abastecimento d’água, por exemplo, as cidades mais afetadas
foram Floresta, no Sertão, e Pombos, no Agreste. Estes municípios
tiveram 100% do abastecimento interrompido, de acordo com informações da
Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa). Na primeira, houve um
estouramento de uma adutora. Na segunda, o prejuízo foi na estação de
tratamento, onde o problema foi na área de cloração, que leva cloro para
a água.
Em Gravatá, também no Agreste, a falta de energia provocou uma
redução de 70% do volume de água por causa de uma falha mecânica no
Sistema Vertentes. Outras cidades que enfrentaram queda na vazão foram
Cupira e São José do Belmonte. Já no Recife, 17 localidades da capital
pernambucana foram afetadas com a paralisação de uma estação elevatória
do Sistema Caixa D’água. A situação só foi normalizada no final da
tarde.
No caso dos semáforos, segundo a Companhia de Trânsito e Transporte
Urbano (CTTU), quase 400 dos cerca de 600 sinais da capital ficaram
paralisados e a situação foi contornada ao longo da manhã
Algumas empresas e indústrias também registraram prejuízos. Na
fabricante de vinhos Cereser, por exemplo, as perdas chegaram a R$ 100
mil. “Tivemos prejuízos materiais e falta de produção, mas não podemos
fazer nada. Os outros apagões não nos afetaram tanto, mas este deixou a
empresa oito horas sem energia. Estimamos que o prejuízo tenha sido na
ordem de R$ 100 mil”, disse o gerente geral da unidade Luiz Augusto
Wanderley.
Para o vice-presidente da Fiepe, Oscar Rache, ao pagão desta
quinta-feira apenas expôs a fragilidade do sistema. “Existem poucas
defesas contra ocorrências desta natureza. E esta é uma situação que
acontece com frequência. Foram quatro apagões grandes, mas tivemos em
todo o Brasil nada menos que 64 mini-apagões. Isto causa problemas a
curto, médio e longo prazo , além de encarecer ainda mais o Custo
Brasil”, afirma.
Segundo Rache, apesar da produção industrial ser paralisada, os
custos e encargos pagos pelo empresariado não param, o que afeta
financeiramente as empresas. “Não queremos ressarcimento. Queremos a
confiabilidade do sistema. A insegurança que isto causa no sistema de
produção fatalmente resulta na redução de investimentos. Nossa
preocupação é esta”, garante.
O empresário avalia que quando os primeiros apagões começaram a
acontecer, há cerca de 15 anos, foram adotadas uma série de ações
emergenciais, como a implementação de usinas termelétricas. “Elas
funcionam, mas produzem energia mais cara e poluente. E isto era um
plano emergencial para 5,6,7 anos, no máximo. Acabaram virando uma
solução permanente. De lá pra cá nada realmente efetivo foi feito para
resolver o problema de forma definitiva”, acrescenta.
Fonte : 247
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