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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

PMs do Estado usam coletes à prova de balas vencidos


O efetivo, segundo Associação dos Cabos e Soldados, está sendo exposto pelo comando ao realizar o policiamento ostensivo sem a devida proteção





Policiais militares de batalhões do interior e de unidades especializados da capital estão indo para as ruas com coletes à prova de bala com a validade vencida ou mesmo sem qualquer proteção. A denúncia é da Associação de Cabos e Soldados (ACS) e já foi encaminhada ao Ministério Público de Pernambuco. A maioria dos coletes em uso pela PM tiveram a validade expirada em 11 de dezembro do ano passado e não foram substituídos. Nas fotos enviadas pela ACS, o equipamento em uso nesta terça-feira (24), por soldados da Companhia Independente de Operações com Motocicletas (CipMotos) perdeu, há mais de um mês, a garantia de eficiência.
De acordo com o presidente da Associação de Cabos e Soldados, Renílson Bezerra, o efetivo está sendo exposto pelo comando ao realizar o policiamento ostensivo sem a devida proteção. Renílson garante que a ACS já encaminhou proposta à Secretaria de Defesa Social desde 2008 para que cada policial militar tenha um kit básico de trabalho contendo um colete balístico, uma pistola, um par de algemas e uma tonfa (cassetete).
"Não há coletes para o efetivo trabalhar. Esperaram um lote inteiro perder a validade para poder começar a tomar providências. O que acontece agora é que um batalhão inteiro tem que se virar com 20, 30 coletes. Muitos colegas acabam usando os vencidos ou indo para a rua sem nada”, ressaltou o presidente.
Renílson asseverou que o caso já foi comunicado ao Ministério Público e que no interior a situação está grave. “Em Afogados da Ingazeira, todos os coletes foram recolhidos. Os policiais estão trabalhando sem proteção e arriscando a vida diariamente”, frisou o sindicalista.
O presidente da ACS contou ainda que a questão dos coletes já teria sido tratada com o comando da Polícia Militar desde o ano passado, no entanto, as providências necessárias não foram adotadas na ocasião.
"A gente se arrisca do momento que começa o serviço até a hora de ir para casa. A qualquer momento, um policial militar pode entrar numa situação de confronto e acabar morto porque não recebeu um equipamento básico como o colete. Trabalho em Afogados da Ingazeira e todos os coletes foram recolhidos e não substituídos”, relatou um soldado que preferiu não se identificar.
A Secretaria de Defesa Social (SDS), por meio de sua assessoria de comunicação, reconheceu a falta de coletes à prova de bala e assegurou que já tomou providências a curto e médio prazos para contornar o problema. Em nota, a SDS divulgou que vai comprar quase cinco mil novos equipamentos.
“A Secretaria de Defesa Social já vem realizando levantamento dos possíveis coletes vencidos e dos que estão prestes a vencer para serem substituídos. Para a Rocam, estão sendo disponibilizados vinte novos coletes. Em caráter emergencial, a SDS está aderindo a uma ata de registro de preços da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para aquisição de 4.630 coletes balísticos”, pontuou a nota oficial.

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