Maria Rodrigues de Aguiar Farias mostra seu
maracujazeiro (Foto: Honório Moreira/OIMP/D.A Press. )
"Desde
que descobriram que tinha uma fruta assim no meu quintal, muita gente começou a
querer ver com os próprios olhos.
Era muita
gente mesmo.
O problema é que, para chegar ao quintal, as pessoas tinham de passar por
dentro
da minha casa. Em uma dessas visitas, levaram o meu celular", disse Maria
ao G1.
Depois do prejuízo provocado pelo pequeno furto, a dona de casa resolveu
limitar a visitação.
"Passei a cobrar R$ 2 para visitantes; R$ 15 para fazer fotografias; e R$
20 para fazer filmagem", afirmou ela.
Dona Maria disse que o maracujazeiro está em
plena produção. "Tem maracujá demais. Tem mais de 40 frutos lá.
Eles ficam amarelinhos quando amadurecem."
Até os primeiros maracujás em formato de pênis surgirem no quintal dela, a
vida era pacata e calma, mas
depois da inusitada plantação, a dona de casa
passou a ser reconhecida nas ruas da cidade onde mora.
"Era
muita gente na minha casa.Chegava a ficar sem comer para conseguir olhar todas
as pessoas que faziam visitas", disse ela.
Perguntada
se provou o tal maracujá fálico, dona Maria respondeu, inicialmente, que tinha
provado a fruta.
"Comi a polpa, que parece melão ou abacate.
Eu cortei de comprido e experimentamos. Não é amargo,
nem azedo e nem muito doce, é suave".
Mas, depois, dona Maria voltou atrás, em meio a risos, dizendo que nem ela e
nem sua família ainda tiveram
coragem de
experimentar o sabor do inusitado fruto. "Não comemos ainda, não. Mas já
que plantei, plantei
para comer, não é para deixar na árvore",
disse a dona de casa.
Pesquisa científica
Pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) estão
acompanhando, há pouco
mais de um mês, o desenvolvimento do maracujá que
cresce em formato de órgão sexual.
"A dona de casa nos disse que o maracujá surge no formato ovalado e depois
se desenvolve com aquele
formato masculino. É a primeira vez que
temos notícias de um fruto com essas características aqui no
Maranhão", disse Marcelo Cavallari,
pesquisador de recursos genéticos vegetais da Embrapa.
Os
maracujás que estão no quintal da dona de casa têm a coloração verde. "O
aspecto é saudável, não está doente.
Tirando o
formato, é sadio. O tempo de maturação costuma ser de um mês a um mês e meio,
mas está demorando
mais para amadurecer", disse Cavallari.
Filomena
Antonia de Carvalho, coordenadora de Defesa Vegetal da Agência de Defesa
Agropecuária do Estado do
Maranhão, visitou a casa de Maria Rodrigues
ainda em janeiro deste ano. "Não temos condições de avaliar o que
aconteceu
com o maracujá, por isso
acionamos os pesquisadores da Embrapa. Fizemos, então, uma segunda
visita ao
local com eles."
"É bem grande, é bem grosso mesmo. Chega a ter entre 15 e 20 centímetros
de comprimento. Não há motivo
para que o maracujá não seja consumido por
causa do formato, mas também não sabemos como é por dentro", disse
Cavallari.
Ele explicou que a dona de casa precisa assinar um termo de anuência prévia de
provedor, o que permitirá fazer genéticas do fruto.
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