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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

"DISCIPLINA, SÓ COM AUMENTO DE SALARIO", AFIRMA DOUTOR ADRIANO OLIVEIRA SE REFERINDO A SITUAÇÃO ATUAL PM DE PERNAMBUCO



12 de Setembro de 2011

A Polícia Militar de Pernambuco é
 uma bomba. A qualquer 
instante ela pode explodir.
 Diversas associações buscam 
controlar os militares.
 Porém, aparentemente, nenhuma 
tem o apoio unânime dos praças
 e dos oficiais. Na PMPE existem
 duas polícias – oficiais e praças.
 Cada um procura contemplar
 os seus interesses. O interesse coletivo da instituição não
 é um bem para todos. O excesso de hierarquias e a 
falta de perspectiva de crescimento profissional retiram
 a motivação dos policiais. São diversos os oficiais e praças 
que desejam sair da PM. Para muitos a PM é um “bico”.
 O governo construiu uma política salarial para a 
PM – 10% de aumento anual. O governo possibilitou 
mais policiais nas ruas. Além de mais viaturas.
 É indiscutível também que existem mais 
policiais atuando com apetrechos adequados – coletes 
a prova de bala, armas. No entanto, existem 
policiais insatisfeitos. Para esta insatisfação deixar
 de existir, é necessário reformar a PM. Excesso
 de hierarquias inibe aumento salarial robusto 
para a tropa. Além de impossibilitar promoções.
 Não foi ainda criada no âmbito da instituição 
militar uma polícia de carreira. Nesta, todos 
teriam as mesmas oportunidades de ascensão 
profissional e ganho salarial. Para tal empreitada, 
é necessária a criação de uma única entrada
 na PM. Contudo, reconheço que esta mudança 
institucional seja difícil de ocorrer. Oficiais 
não admitiriam tal inovação. Por não 
admitirem a inovação institucional, praças e 
oficiais buscam cargos para conseguirem 
gratificação e por conseqüência aumento salarial.
 Esta busca sempre ocorrerá. E os governos sempre
 terão em mãos uma bomba que a qualquer instante
 poderá explodir. O governo fustigou os policiais
 militares. Não só eles. Mas diversas categorias 
de servidores públicos quando reconheceu os 
fazendários como categoria privilegiada do 
funcionalismo público. Fustigou também no instante
 em que concedeu merecido aumento aos
 delegados da Polícia Civil – 42%. Mas não 
ofereceu, de antemão, percentual semelhante 
aos policiais militares. Com razão, os militares 
reconheceram que foram desprestigiados.
 O governo de Pernambuco determinou 
acertadamente metas para delegados e oficiais.
 Estes estão cumprindo as metas estabelecidas. 
A prova disto é a redução da freqüência de homicídios.
 Praças estão nas ruas, recebendo as ordens
 dos oficiais. Por conseqüência, contribuindo para a 
parcial eficiência da política de segurança do governo.
 Então, por que os policiais militares não
 receberam aumento semelhante ao dos delegados? 
Os praças que estão nas ruas não querem saber do 
equilíbrio fiscal do estado. Mas do tiro que poderá
 lhe atingir. Não interessa ao oficial saber que o
 contingente da PM é maior do que o da Polícia Civil.
 Ele deseja o aumento. Pois, faz jus a ele,
 já “que foram três ou quatro anos de academia”.
 Lembro que oficias e praças são duas categorias
 autônomas numa mesma instituição. Portanto, não 
adianta agradar uma e esquecer a outra.
 Já se foi o tempo em que oficiais controlavam praças. 
E que oficiais não faziam greves. 
Disciplina, infelizmente, só com aumento de salário.

Doutor Adriano Oliveira Professor Adjunto do 
Departamento de Ciência Política (UFPE) e 
Coordenador do Núcleo de Estudos de Estratégias e Política Eleitoral (UFPE)
Imagem meramente ilustrativa

Fonte: www.dinizk9.blogspot.com / blog da segurança de pernambuco

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