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quinta-feira, 21 de julho de 2011

PEC 300 em agosto: se Dilma não atrapalhar

Analistas veem independência de Dilma em relação ao Congresso
Presidente tem maioria na Câmara e no Senado, mas optou por governo autônomo

Renan Ramalho, do R7, em Brasília...
...Especialistas consultados pelo R7 para avaliar a relação de Dilma Rousseff com o Congresso neste primeiro semestre de governo concordaram que a presidente, apesar da enorme maioria que tem na Câmara e Senado, preferiu caminhar de forma mais isolada.

O cientista político Leonardo Barreto, do instituto de pesquisa FSB, que fornece análises principalmente a partidos e políticos, lembra que, além do RDC (Regime Diferenciado de Contratações, que flexibiliza as licitações para a Copa), o Congresso contribuiu de fato apenas com o Código Florestal, que tramita há mais de dois anos e ainda está em análise.

- Essa administração é muito voltada para dentro, para processos administrativos ou políticas que o Executivo possa tocar sem o Congresso. No que depender do Congresso, ficou paralisado ou não andou em função da crise envolvendo o [ex-ministro Antonio] Palocci.

Como projetos parados que ficaram por conta do Congresso, ele citou as reformas política e tributária, que envolvem a redistribuição dos royalties do petróleo.
 
...O analista político Cristiano Noronha, da consultoria Arko Advice, vai além. Diz que o governo trata o Congresso segundo a lógica de que “ajuda quando não atrapalha”. Ele sustenta que, embora tenha ampla maioria nas duas Casas, Dilma tem optado por um governo autônomo por temer divergências na própria base.

- Aparentemente, a Dilma não tem essa vontade por saber que vai exigir dela um envolvimento que não necessariamente vai ter sucesso. Você tem uma base de 400 deputados federais e 61 senadores que, na verdade, estão ali para evitar que o Congresso vote projetos “ruins” [para o governo].

Noronha avalia que o mesmo ocorreu com Lula que, além de ter maioria, tinha alta popularidade e capacidade de negociação política.

Para o próximo semestre, a expectativa é que o Congresso possa avançar em duas propostas espinhosas para o Executivo: a regulamentação da Emenda 29, que define investimentos mínimos em saúde e a PEC 300, para criar um piso salarial nacional para policiais.
Fonte: R7, reproduzido por Blog do Capitão Assumção (com mudança de título)
http://sargentoricardo.blogspot.com

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