necessidade de mudanças
Foto: Arnaldo Carvalho/JC Imagem
Do Jornal do Commercio
Levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base de dados de 2009, apontou a existência de um milhão de pernambucanos vivendo na pobreza extrema, com renda de até R$ 70 mensais. Grande parte concentrada na área urbana. Em 2001, Pernambuco contava com 1,8 milhão de miseráveis. O Ipea registrou uma queda de 43% da pobreza extrema, nesse período de oito anos. O diagnóstico constatou que 74% dos extremamente pobres são cobertos pelo programa de transferência de renda do governo federal Bolsa Família. Em 2004, apenas 54% recebiam o benefício. O trabalho, divulgado ontem, teve como base informações do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Seguindo a tendência nacional, a maior parte da população pernambucana que vive nessa situação é formada por crianças de 0 a 14 anos. Elas representam 39,7% do total. Em relação à cor ou raça, foi constatado que a maioria dos pernambucanos que vive em extrema pobreza no meio urbano é parda (61,3%).
Maria do Carmo Batista, 33 anos, moradora da comunidade do Arco-íris, no bairro de Peixinhos, Zona Norte do Recife, tem seis filhos. Mora num barraco de madeira e ganha R$ 136 por mês. "Aqui, falta tudo. Nunca trabalhei. Não existe emprego para mim. Ganho dinheiro do Bolsa Família. É isso que salva a gente", reclama.
Na mesma comunidade, Lenise Correia, 73 anos, reclama dos ratos. "A gente dorme no meio da sujeira. Tem muito rato aqui. Ninguém resolve o nosso problema. Quando chove, a situação ainda piora. Ninguém nunca lembra da gente".
O diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, Jorge Abrahão de Castro, explicou que a escola é o caminho mais importante para tentar mudar o quadro de pobreza. "O Bolsa Família é importante para garantir a manutenção mínima das pessoas. Não há uma geração perdida. Essa faixa etária, de 0 a 14 anos, está na escola. Hoje, o acesso à educação é maior. É isso que faz o quadro mudar". Ele explicou que, entre os que ganham até R$ 70 mensais em Pernambuco, a média da renda é de R$ 38. Abrahão ressaltou que Pernambuco tem um pobreza mais urbana. "Na área rural, é mais fácil minimizar a miséria. Os mecanismos são menos complexos. Na cidade, a pobreza é multifacetada. No campo, grande parte sobrevive de agricultura. Há programas de crédito agrícola por exemplo".
O presidente da Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco (Condepe/Fidem), Antônio Alexandre, explicou, durante palestra sobre o assunto no auditório da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), que os números apontam para a necessidade de direcionamento de políticas públicas. Eles observou que os programas governamentais devem ser focados na transferência de renda, inclusão produtiva e melhoria do acesso a serviços básicos no Estado.
O levantamento revelou que o acesso às necessidades básicas, como uso de banheiro exclusivo, esgotamento sanitário, abastecimento de água, energia elétrica e coleta de lixo, apesar de ainda ser muito distante do ideal do ideal, está mais avançado em relação aos parâmetros nacionais.
O conceito de pobreza extrema foi definido como o estado de privação de um indivíduo cujo bem-estar é inferior ao mínimo que a sociedade a qual ele pertence julga obrigada a garantir.
AÇÃO - Os dados foram apresentados um dia depois do anúncio do Plano Brasil sem Miséria do governo federal. O programa, um conjunto de ações para acabar com a pobreza extrema até 2014, tem dois eixos principais: a ampliação do número de beneficiários do Bolsa Família e o incentivo ao trabalhador agrícola.
Orçado em R$ 20 bilhões por ano, o plano prevê medidas segmentadas para o campo e para a cidade. Agricultores, por exemplo, podem receber o repasse de R$ 2,4 mil, em parcelas semestrais de R$ 600, a título de incentivo agrícola. Outra ação é a criação do Bolsa-Verde, de R$ 300 por trimestre, a moradores pobres de unidades de conservação que garantam a preservação do meio ambiente. O objetivo do governo é alcançar os 16,2 milhões de brasileiros (8,5% da população) que sobrevivem com até R$ 70 por mês.
Seguindo a tendência nacional, a maior parte da população pernambucana que vive nessa situação é formada por crianças de 0 a 14 anos. Elas representam 39,7% do total. Em relação à cor ou raça, foi constatado que a maioria dos pernambucanos que vive em extrema pobreza no meio urbano é parda (61,3%).
Maria do Carmo Batista, 33 anos, moradora da comunidade do Arco-íris, no bairro de Peixinhos, Zona Norte do Recife, tem seis filhos. Mora num barraco de madeira e ganha R$ 136 por mês. "Aqui, falta tudo. Nunca trabalhei. Não existe emprego para mim. Ganho dinheiro do Bolsa Família. É isso que salva a gente", reclama.
Na mesma comunidade, Lenise Correia, 73 anos, reclama dos ratos. "A gente dorme no meio da sujeira. Tem muito rato aqui. Ninguém resolve o nosso problema. Quando chove, a situação ainda piora. Ninguém nunca lembra da gente".
O diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, Jorge Abrahão de Castro, explicou que a escola é o caminho mais importante para tentar mudar o quadro de pobreza. "O Bolsa Família é importante para garantir a manutenção mínima das pessoas. Não há uma geração perdida. Essa faixa etária, de 0 a 14 anos, está na escola. Hoje, o acesso à educação é maior. É isso que faz o quadro mudar". Ele explicou que, entre os que ganham até R$ 70 mensais em Pernambuco, a média da renda é de R$ 38. Abrahão ressaltou que Pernambuco tem um pobreza mais urbana. "Na área rural, é mais fácil minimizar a miséria. Os mecanismos são menos complexos. Na cidade, a pobreza é multifacetada. No campo, grande parte sobrevive de agricultura. Há programas de crédito agrícola por exemplo".
O presidente da Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco (Condepe/Fidem), Antônio Alexandre, explicou, durante palestra sobre o assunto no auditório da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), que os números apontam para a necessidade de direcionamento de políticas públicas. Eles observou que os programas governamentais devem ser focados na transferência de renda, inclusão produtiva e melhoria do acesso a serviços básicos no Estado.
O levantamento revelou que o acesso às necessidades básicas, como uso de banheiro exclusivo, esgotamento sanitário, abastecimento de água, energia elétrica e coleta de lixo, apesar de ainda ser muito distante do ideal do ideal, está mais avançado em relação aos parâmetros nacionais.
O conceito de pobreza extrema foi definido como o estado de privação de um indivíduo cujo bem-estar é inferior ao mínimo que a sociedade a qual ele pertence julga obrigada a garantir.
AÇÃO - Os dados foram apresentados um dia depois do anúncio do Plano Brasil sem Miséria do governo federal. O programa, um conjunto de ações para acabar com a pobreza extrema até 2014, tem dois eixos principais: a ampliação do número de beneficiários do Bolsa Família e o incentivo ao trabalhador agrícola.
Orçado em R$ 20 bilhões por ano, o plano prevê medidas segmentadas para o campo e para a cidade. Agricultores, por exemplo, podem receber o repasse de R$ 2,4 mil, em parcelas semestrais de R$ 600, a título de incentivo agrícola. Outra ação é a criação do Bolsa-Verde, de R$ 300 por trimestre, a moradores pobres de unidades de conservação que garantam a preservação do meio ambiente. O objetivo do governo é alcançar os 16,2 milhões de brasileiros (8,5% da população) que sobrevivem com até R$ 70 por mês.
Postado por Daniel Guedes /
http://sargentoricardo.blogspot.com
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