13/06/2011 | 11h30 | Legalização
Desdobrada em marchas e demais formas de ativismo, a descriminalização
da maconha tem sido pauta recorrente da socidade. Nos últimos meses,
a imprensa vem repercutindo opiniões, como a do ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso, que no documentário Quebrando o tabu admitiu o conser-
vadorismo de seu governo e hoje afirma ser contra o uso de violência para reprimir
o consumo da planta. “A gente tem de sacudir a sociedade”, disse FHC.
O assunto desperta reações inflamadas. Nesta segunda-feira, um evento no
Recife não deve ser menos polêmico. Primeiro às 14h, quando o antropólogo
baiano Sérgio Vidal ministrará uma oficina de autocultivo de cannabis no hall
do Centro de Artes e Comunicação da UFPE. Depois, às 20h, ele lança o livro
Cannabis medicinal - introdução ao cultivo indoor (158 páginas, R$ 29,90),
na Rua Mamede Simões, 144 - Boa Vista (próximo à Assembleia Legislativa).
Participe de chat com Sérgio Vidal nesta segunda
às 17h no DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR
Legalmente respaldado, o autor encontrou na defesa do uso medicinal uma
brecha para poder discutir abertamente o cultivo da maconha, no que ele
afirma ser o primeiro livro brasileiro sobre o assunto. “Ler não é crime. É
como um livro sobre cirurgia, todo mundo pode ler, mas quem pode fazer é
o cirurgião”, diz Vidal, que há oito anos se dedica a pesquisar o tema e
prepara um outro para breve, com a história da cannabis.
“O Brasil tem um histórico de cultivo”, conta. “No fim do século 18,
havia um empreendimento oficial da coroa portuguesa, a Real Feitoria
do Linho Cânhamo. No Império, havia um decreto que proibia as pessoas
de recusar ceder as terras para cultivar o cânhamo. Em menos de
cem anos, mudou completamente a relação com a planta. Mas hoje o governo
pode autorizar seu uso medicinal. Temos uma lei federal dando suporte para isso”.
Vidal avalia o momento como favorável para uma mudança de mentalidade. “O
que o Fernando Henrique fala não é nenhuma novidade, mas ele tem um
papel importante porque sua imagem atinge pessoas que normalmente
não ouviria nenhum pesquisador. Não adianta a lei mudar se alguém vai
chamar a polícia se ver um pé de maconha na varanda do vizinho. Em termos
de lei o Brasil está avançado, no papel, mas na prática o usuário continua
apanhando na rua”.
Fonte:Por André Dib, do Diario de Pernambuco/
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