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quarta-feira, 9 de março de 2011

DISPARIDADE ENTRE AS DUAS POLÍCIAS, UM ABSURDO MAS É UMA VERDADE, NÃO SÓ EM PERNAMBUCO, MAS EM OUTROS ESTADOS.

É tradição entre os governos dos estados brasileiros que as polícias civis sejam privilegiadas na questão salarial. O que já se assistiu em várias unidades da federação, hoje ocorre no Rio de Janeiro, onde a Polícia Militar (PMERJ) vive uma crise de insatisfação com a medida adotada pelo Governo do Estado, conforme noticia o Jornal do Brasil na edição desta segunda:

O COMANDANTE-GERAL da Polícia Militar do Rio, coronel Mário Sérgio Duarte, espera ser recebido hoje pelo governador Sérgio Cabral para um encontro que tem todos os ingredientes para ser tenso. O líder da tropa no estado está a um passo de deixar o cargo – e acompanhado por comandantes de batalhões. O motivo é a diferença gritante entre os reajustes concedidos aos policiais militares (10%) e aos delegados da Polícia Civil, que somarão 87,34%, em aumentos mensais até julho de 2012.
O descontentamento do comandante-geral da Polícia Militar e dos chefes dos batalhões, até agora tratado com sigilo junto à mídia, tem motivos claros e simples: o reajuste em patamares tão distintos criará um enorme desnível no topo das duas forças de segurança do estado ao fim dos aumentos unilaterais para os delegados, em julho de 2012.
Existem motivos claros para que esse tratamento desigual se repita nas demais unidades da federação. O primeiro deles diz respeito às limitações legais existentes em relação à manifestação e reivindicação dos policiais militares. Enquanto as polícias civis são autorizadas a fazer greve, as PM’s são proibidas, não havendo qualquer mecanismo legal de pressão aos governantes – e sabemos que a maioria deles costuma responder apenas com essas medidas.
Em número de profissionais, as polícias civis são consideravelmente menores que as PM’s, tornando mais fácil favorecê-las, principalmente quando se trata apenas dos delegados, que costumam pregar o afastamento das polícias civis da função de polícia propriamente dita para a busca dum status semelhante ao do Judiciário e do Ministério Público, o que lhes dá prerrogativas duma “elite” policial.
Some-se a isso a identificação dos secretários de segurança, que geralmente também são delegados (boa parte deles da Polícia Federal), com a categoria, e outras tantas ligações políticas que só podem ser analisadas caso a caso.
De forma alguma me coloco em desfavor aos aumentos salariais ou quaisquer benefícios alcançados pelas polícias civis. O fato é que não se pode deixar de realizar um paralelo fundamental: a diferença entre as funções policiais militares e civis no Brasil está na exposição aos riscos e às intempéries que uma e outra vivenciam, tendo os policiais militares, pelo menos ligeiramente, mais presença desses fatores em seu dia-a-dia. De todo modo, o que deve ser pregado é a isonomia salarial, algo distante de ocorrer na maioria dos estados brasileiros.
É nítido absurdo ver um major de polícia com mais de 20 anos de serviço, comandante duma área com milhares de habitantes, em uma unidade com mais de duzentos policiais, receber o mesmo salário que um delegado recém-formado. Pipocam por aí exemplos similares, todos eles amenizados pelos governos na alegação de falta de recursos. Até quando?

Fonte: magnatajr35@hotmail.com / http://sargentoricardo.blogspot.com

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