Da assessoria
Exmo Sr Comandante Geral da Polícia Militar
Os oficiais da Polícia Militar de Pernambuco, abaixo assinados, tendo tomado conhecimento pela imprensa da articulação de movimento reivindicatório, no curso do qual chega-se até a mencionar a possibilidade de greve, dirigem-se a V. Excia. para fazer algumas ponderações, que julgam necessárias e urgentes.
Esclarecem, de antemão, que o posicionamento fixado no presente documento não tem outro propósito que não seja o de contribuir para a consolidação de um clima de paz e entendimento entre os que fazem a família policial militar pernambucana, necessário ao contínuo aperfeiçoamento da nossa atuação e ao cumprimento de nossa missão, que é dar aos pernambucanos a segurança para viver, trabalhar e progredir.
São os seguintes os pontos ressaltados:
1.A remuneração que percebemos como oficiais e praças da Polícia Militar Pernambuco é inferior ao que qualquer pessoa de bom senso consideraria ideal. Esta realidade não é nova; na verdade, foi sendo constituída ao longo dos anos, sem que se possa atribuir responsabilidade direta a quem quer seja por isso.
2.É forçoso reconhecer, por outro lado, ser evidente o esforço que vem sendo realizado pelo atual Governo do Estado para enfrentar este e outros problemas vividos pela família policial militar no seu dia a dia. No que diz respeito propriamente à remuneração, é de justiça reconhecer que importantes avanços foram consolidados nos últimos quatro anos. E que o atual governador tem reiteradamente assegurado tratamento prioritário ao pessoal da Polícia Militar, como fez no seu primeiro mandato, diferentemente do que ocorria até 2006.
3.Mas não foi somente no que diz respeito aos salários da corporação que houve melhorias. As condições de trabalho também foram sensivelmente modificadas para melhor, realidade que se evidencia na disponibilização de milhares de viaturas, armamento, contratação de mais de 7 mil pessoas e na realização da maior quantidade de promoções da história são algumas das ações que devem ser reconhecidas e louvadas.
4.Igualmente relevante é o esforço para dar forma a uma política de segurança pública, chamada Pacto pela Vida, que vem apresentando resultados muito satisfatórios e, por isso, vem atraindo atenção e reconhecimento para todos os profissionais da área de segurança do estado, notadamente para a Polícia Militar.
Diante do exposto acima, e considerando ainda a condição especial em que, como policiais militares, nos encontramos, julgamos da maior importância alertar para as implicações indesejáveis de um movimento em muitos aspectos equivocado.
Equivocado por já começar falando em greve, recurso extremo e, de fato, indesejável, por comprometer pilares fundamentais da organização policial militar, a começar pelo princípio da hierarquia.
Equivocado por ignorar, inclusive, alguns dispositivos legais, como o que estabelece o mês de junho como a data-base para reajuste salarial dos servidores públicos pernambucanos.
Equivocado por colocar a instituição Policia Militar em confronto com as aspirações da sociedade que, de fato, requisita a proteção de uma polícia bem preparada e bem remunerada, mas condena todo tipo de movimento que, a pretexto de garantir melhorias para uns, coloca em risco a segurança de nossas próprias famílias e de todos os pernambucanos.
Equivocado porque não considera os avanços alcançados, os compromissos assumidos e honrados pelo atual governo e se lança às ruas de forma anárquica, sem sequer dar chance de que sejam alcançadas melhorias em ambiente de entendimento e de concórdia
Recorde-se, ainda, que o mencionado movimento tem como propositores membros da corporação que dizem representar associações de pessoal da tropa, notadamente oficiais, sem que se tenha clareza de quantos de nós efetivamente se sentem representados por tais associações, bem como de onde emana a legitimidade que tais dirigentes afirmam possuir.
Os signatários do presente documento declaram, ainda, que se manifestam não apenas em nome pessoal, mas também em nome de milhares de outros colegas de corporação, de todos os níveis hierárquicos, que consideram precipitado, temerário e injustificado um movimento que se baseia mais na lógica da política partidária do que nos interesses maiores da corporação policial militar e do povo pernambucano.
Coronel Romero Ribeiro
Coronel Carlos Alberto Nascimento Feitosa
Coronel Éden de Morais Vespaziano Borges
Coronel Jose Carlos da Silva
Coronel Ricardo Dantas de Vasconcelos
Coronel Elimar Lopes de Almeida
Coronel Francisco Armando Leal Duarte
Coronel Antonio Francisco Pereira Neto
Coronel Jailson José Marques
Coronel Figner Alves Cambuim
Coronel Paulo Roberto Cabral
Tenente coronel Silas Brás Carlini Charamba
Tenente coronel Marinaldo de Lima Silva
Tenente coronel Milton Luiz Dino Sobral
Tenente coronel Eduardo Henrique Sena Costa
Tenente coronel Chuza Ferreira da Silva Jr
Tenente coronel Marco Luiz Campelo Lyra
Tenente coronel Jose Rosemario Silva de Barros
Tenente coronel Arles Gadelha Xavier
Major Isac Pereira Guerra
Major Alexandre Carneiro Gomes de Melo
Major José Mario Araujo
Major Evaldo Roque dos Santos
Major Reinaldo Mesquita Jr
Major Jose Ailton Teles
Major Marcos Campos de Albuquerque
Major Mário G. Sabino Nascimento
Major Ebenezer Santos Machado
Major Maurício Amorim Pereira
Major Maria da Conceição Antero Pessoa
Major Carlos Amorim de Souza
Major Jorge Luiz de Araújo
Capitão Rodolfo Eduardo Rodrigues Wanderley
Capitão Lucas de Lima Norberto
Capitão Maurício Marques de Lima
Capitão Robson de Vilaça Burgos
Capitã Maria de Fátima Simão Verçosa
Capitão Marcos Fernandes Costa
Tenente Ana Graça Souza
Tenente Rodrigo Monteiro
Tenente Tarcizio Fabrício Mendes
Jaime Fenando Azoubel de Paula Filho
Tenente Genilson Pinto da Silva
Tenente Saulo Rogério de Araújo Cerqueira
Tenente Ivo Jose de Santana Jr
(e outros...)
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