O caso foi há uma semana. Policias militares prenderam dois suspeitos de assalto e antes de serem levados à delegacia, já algemados, para os devidos procedimentos legais, foram conduzidos até a praia, onde aconteceu o espetáculo. Mas o espetáculo, que deveria ser restrito aos moradores dos prédios frontais, foi filmado por um cinegrafista amador e veiculado em cadeia nacional. Sobre o assunto, segue o texto de Ivan Moraes Filho, logo abaixo.
“Se houver excessos…”
por Ivan Moraes Filho*
no blog Bodega
Tava lá pra todo mundo ver. Na internet, reproduzido de um par de noticiários da tevê nacional.
Toda a cena acontece na beira da praia. Uma praia legal, bacana, da Zona Sul da Região Metropolitana do Recife.
Os artistas são meia dúzia de policiais militares. Defensores da lei e da ordem, devidamente lotados no Sexto Batalhão da PM. Rebocam um par de sujeitos sem camisa. Algemados, dominados. No filme, fazem o papel de bandidos, suspeitos que são de terem tentado cometer um crime.
Um descamisado leva um empurrão, uma rasteira. Outro é visto deitado. Coturno numa bochecha, areia na outra. Compulsoriamente olha para o mar enquanto as ondas lhe invadem narinas e boca.
Em qualquer lugar do mundo, o nome disso é tortura.
Num estado que é conhecido pela valentia de seu povo, não é a primeira vez na nossa história recente que a autoridade policial dá exemplo de covardia. Basta puxar um pouco pela memória.
Em 2006, um grupo de catorze adolescentes foi abordado a caminho do carnaval. Haviam cometido o delito de serem negros e pobres. O agravante de terem descolorido o cabelo para participar da folia.
O julgamento foi instantâneo e a pena aplicada automaticamente: todos jogados na maré. Dois não sabiam nadar e jamais chegaram à margem. Entre os sobreviventes, um foi assassinado pouco antes de depor na justiça.
Expulsos da corporação, três policiais respondem ao processo em liberdade.
O julgamento ainda não tem data marcada. O comandante do batalhão não está entre os réus.
Também não é a primeira vez que o sadismo oficial é registrado em vídeo.
Às vezes – como agora – é a população quem grava e a imprensa quem divulga. Como no bloco “Cabeça de Touro”, em 2007, quando alguns alunos da escola da polícia deram uma mortal gravata num jovem folião – para formarem-se na academia poucos meses depois.
Às vezes os próprios torturadores fazem questão de registrar as maldades que cometem.
Há um par de anos circulam imagens feitas pelos próprios policiais da Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas. Nelas, um punhado de adolescentes apreendidos é obrigado a cantar e dançar acompanhados de palmas e risadas.
Na ocasião, o Movimento Nacional de Direitos Humanos protestou (como agora). Pediu-se ação da PM. Medidas preventivas e reativas. A resposta foi reticente: era difícil identificar os envolvidos. “A rotatividade nesse batalhão é muito grande. O corporativismo”, desculpou-se o então coronel.
Poucos meses atrás, outro vídeo já começou a bombar maldosamente sob a categoria ‘humor’. No interior de uma delegacia, policiais (civis ou militares) obrigam dois sujeitos algemados a beijarem-se na boca. “Encosta uma língua na outra, vai!”, ordena um. “Nós nos amamos, diga!”, manda outro. Não se tem notícia de punição.
Ao ser confrontada com as últimas imagens de covardia praieira, a Polícia Militar respondeu oficialmente. Que iria investigar o caso. Que os responsáveis seriam punidos “se forem comprovados excessos”.
Experiente repórter, meu amigo João Valadares conta que uma média de 50 policiais pernambucanos são expulsos do serviço por corrupção e violência todos os anos. É muito, mas muito pouco.
Quase 25 mil PMs estão nas ruas do estado todos os dias. Muitos cumprindo sua tarefa com honradez e coragem.
Para se proteger dos outros, às vezes uma câmera de vídeo não é suficiente.
*Ivan Moraes Filho é escrevedor e defensor de direitos humanos. E se não houve excessos, passará a se chamar Margarida.
Alexsandro
O problema ocorre quando “humanistas” (hipócritas, pois só são bonzinhos ás custas da desgraça alheia) tentam usar os erros dos políciais para justificarem suas taras utópicas pelos marginais!
Carlos Carrilho
Desde quando defender que atos de violência policial não existam é igual a defender que se adote um estrupador, um assaltante, um assassino??
Sua capacidade de enxergar os fatos é tão cega quanto o olho lá de baixo ¬¬.
Espero que um dia você não seja detido por qualquer motivo e, mesmo após detido, no caminho pra delegacia, fique levando tapa, rasteira, ou seja obrigado a beijar outro, apenas pq o policial achou que era o certo, tinha problema nenhum, afinal, você era um bandido.
Pedro Costa
Não gente, peraê, vamos tentar compreender o lado dos rapazes que, injustamente, são chamados de “bandidos”.
Pessoas muito boas, muito ingênuas que só estavam fazendo o bem quando foram abordadas pela polícia má e intolerante.
Vou propor a idéia de cada um aqui do blog adotar uma criançinha dessas e tratá-la a pão-de-ló em casa.
Adote o seu e dê bainho nele, dê aviãozinho de mingau a ele e deixe ele fazer besourinho e depois troque a fraldinha do bebê e coloque pra mimi soninho. De repente os machões aqui do blog descobrem a mãezinha que há dentro de cada um.
Vai ser tão lindo…
Pois é, Francisco. Também concordo que o Estado pague melhores salários aos policiais.
Não gosto de idéia de expulsar PM’s. Isso é joga-los na marginalidade. Eles estão cumprindo as ordens da sociedade. Pois parte da sociedade aprova a tortura e a permissão para matar bandidos, mas quando eles (os policiais) erram e acertam alguém da classe média então a culpa é só deles. Errado. Todo sociedade é cúmplice.
Precisamos redefinir o pacto social.
O policial tem que se dar mais respeito a agir rigorosamente dentro das Leis. A sociedade, sobretudo a imprensa, tem que fazer sua parte. Não incitar a violência e a revanche contra criminosos.
O Estado tem que propor anistia aos policias que tiverem a honradez de assumir e reconhecer seus erros. E propor uma sociedade pautada de verdade e justiça.
Francisco Filho
Detalhes ocultos:
A Globo replicou a matéria 4 dias seguidos.
A TV Jornal, pertencente ao “desafeto” JCPM repetiu “apenas” 3 vezes.
Já a Tribuna parece que não deu muita importancia pois noticiou apenas 2 vezes.
Resumo da ópera:
Café requentado.
Tá faltando matéria ou tãosomente criatividade por parte de nossos “formadores de opinião”?
Sobre o apagão da PresidentA Dilma, cujo maior “beneficiário” foi o nordestino, a meca de eleitores do PT, NENHUMA PALAVRA.
Se querem algo mais ao estilo CARDINOT que tal pesquisar as ocorrencias policiais dos ultimos dias?
Certamente lá encontrarão o registro de uma motorista, que após ter tomado todas, atropelou e quase matou um ciclista em Olinda.
Apenas a Globo se atreveu a registrar imagens, no entanto “esqueceu” de citar a profissão e maiores detalhes sobre a ébria motorista..
Detalhe: A motorista é uma jornalista de uma rádio local, pertencente a uma grande rede.
É isso aí…..
Isenção a toda prova.
Alexsandro
Esqueceste da colocar a parte em que ele recebia bolsa (esmola) do governo, para estudar, mas “mamãe” usou a grana para fumar um baseado e deixou-o no sinal mesmo assim. Aí “mamãe”vai no posto de saúde “descolar o atestado” para justificar a falta do “bebê” na escola
chico
O que eu acho absurdo é querer fazer de bandido vítima, eu que já tive arma na cabeça por duas vezes em assaltos no Recife acho que os direitos humanos tem que ser aplicados para humanos direitos e não para marginais, nunca vi a polícia tratar mal um cidadão de bem que esteja participando de algum ato religioso por exemplo, na minha opinião a policia tem é que matar pois bandido bom é bandido morto, eu que já recebi coronhada de cano de 38 na cabeça de bandido emaconhado sei muito bem o que é ficar nas mãos desses marginais.
É uma pena que vivemos em um pais onde não temos o direito de nos defender de verdade, se eu pudesse comprava uma arma e faria justiça com as próprias mãos pois perdi vários amigos em Recife por assaltos onde o bandido ficou nervoso e puchou o gatilho.
O caso do profesor de Inglês Igor Duque todos esqueceram, mas eu conheço a familia e vivi o sofrimento, sei o que é perder um amigo.
Direitos humanos devem ser aplicados para humanos direitos, para bandidos e marginais eu só tenho a dizer que bandido bom é bandido morto.
Viva a PMPE
Rodrigo Galindo
Queria ver se fosse um filho teu apanhando na rua e sendo filmado pro país inteiro ver…
O cara que assalta o prédio do vice-governador num instante é preso, espancado e humilhado na praia. O banqueiro-marginal Daniel Dantas desvia bilhões do erário público e mal é algemado, sem falar no outro bandido que deu um habeas-corpus em 24h. Você é a favor da lei do talião? pois bem, que tratem do mesmo jeito, ou seja, pegar Daniel Dantas e dar-lhe uma pisa na praia de Copacabana com transmissão ao vivo da globo.
Ué, e é pra tratar do mesmo jeito mesmo, se não tratam é por que são todos um bando de fdp, entre eles os magistrados, os políticos, boa parte do funcionalismo público, boa parte da polícia, etc.
Anderson V
Coitadinho do rapaz, não?!?!
Não faz mal a ninguém o bichinho!! Delicado!
Como a polícia é brutal, não!? A agua tocou o rosto do bichinho! Meu Deus, quanta brutalidade! Acabou-se a dignidade deste pobre e inocente jovem, vítima do sistema capitalista! Ohh, céus!
Os verdadeiros criminosos são os policiais, né? Claro! O pobre coitado não pode ser responsável pelos seus atos! Ele é pobrezinho!!
AAHHHHHHHHHHHHHHHHHHH
Fala sério!!!!!!!
PM é sinônimo de marginal, resquício de autoritarismo da Ditadura. Está correndo uma campanha pelo Twitter para desarquivar nosso passado, nossa chance de rever erros e evitar outros futuros… http://bit.ly/f2vnez
· Defensor Público
Não procede seu comentário, a PM não é sinonimo de marginal como cita. Há muitos Policiais honestos, dignos e competentes. Conheço vários e não desconsidero que há também bandidos infiltrados dentro da cooporação. Devemos sim, punir os que cometem crimes seja de um lado ou outro.
Na época dita da ditadura existia de fato um grupo de terroristas transvestidos de comunistas querendo implantar no Brasil um regime socialista com apoio de Cuba e financiado pela antiga União Sovietica. Esses bandidos tiveram a resposta devida. Hoje após a Lei da Anestia a grande maioria de ex-terroristas e oportunistas limpam os cofres públicos com vergonhosas indenizações. Casos de pessoas que por averiquação foram detidos por um dia e agora recebem vultuosas indenizações. Familiares dos militares que tombaram pelos terroristas de esquerda não recebem nada.
fred
Nao, ladrao NAO tem que apanhar, nao. Ele normalmente eh produto do meio: um meio pobre, produzido pelo esquecimento de politicas elitistas, e que precisa sobreviver, ou tem sonhos como nos temos, por isso rouba, assalta e mata. Nao tem escola, hospital, so depois de muita fila e vai guardando sua revolta da sociedade. Ele jah nasce condenado estatiscamente.
Alem de melhorar a seguranca, o melhor a fazer eh distribuir renda como fez os governos Lula, Cabral e Dilma no complexo do alemao: dar oportunidade, ter politicas de distribuicao de renda e inclusao, e dar oportunidade.
· Teobaldo
Então é justificativa pra cometer crimes agora? Em qual nivel de pobreza vc ira mensurar quem pode ou não cometer crime, só porque já “nasceu” condenado?
o xco
Se fosse por esse pensamenteo teriamos mais de 20 milhoes de bandidos!!Se fosse assim todo pobre seria ladrao, eh cada uma!
kadu
ladrão tem q apanhar mesmo.
quero vê se eles colocassem um 38 na sua cabeça pra roubar um celular se vc ia ficar defendendo eles.
DIREITOS HUMANOS para humanos, bandido é animal.
· Tibério
É verdade! É impossível haver diálogo e debate de idéias com animais que pensam dessa forma e reproduzem o senso como você mesmo escreve.
Tenho pena da imensa fauna mundial! Eles não merecem isso!
o xco
Meu amigo, qd um bandido apontar uma arma para vc, e de uma coronhada na sua cabeça, quero ver vc defender….Fico injuriado com pessoas como vc, q vem defender bandidos, tem que apanhar msm, falar qd acontece com os outros eh facil, adota e leva pra tua casa!!
FONTE: ACERTOS DE CONTA
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