Policial Militar que recebeu 3,8 mil picadas de abelhas está no corredor do HU em Florianópolis.
Luiz Schmitt | luiz.schmitt@horasc.com.brPor falta de funcionários, PM espera transferência para outra instituição
O policial militar Adalberto Antônio da Silva, do Pelotão de Patrulhamento Tático (PPT), que foi atacado por abelhas em uma operação em Florianópolis na terça-feira, continua internado no Hospital Universitário (HU). Apesar de ter recebido 3,8 mil picadas, ele está em uma maca no corredor.Segundo a equipe do HU, Adalberto está sendo atendido no corredor por falta de pessoal. O vice-reitor da UFSC, Carlos Alberto Justo, disse que ninguém quer manter pacientes nesta situação, mas 40 leitos estão desativados, e o hospital tem um compromisso em atender a população. Em breve, Adalberto será transferido para o hospital da PM.
O número de picadas no policial é o maior já registrado pelo HU. Elas foram contadas a partir dos ferrões e da vermelhidão no corpo do PM. Segundo Alisson Bresciane, médico do Centro de Informações Toxicológicas do hospital, cerca de 200 picadas de abelha, em uma pessoa que não é alérgica, já podem ser fatais, pois os rins tendem a parar de funcionar por causa das toxinas.
— O policial chegou cedo no hospital, o que fez a diferença — explicou.
Adalberto está sendo estimulado a urinar a partir de medicamentos para expelir o veneno. Até agora, o caso mais grave registrado no hospital era de 400 picadas.
"Não vejo a hora de voltar ao trabalho"
O Diário Catarinense conversou nesta quarta-feira com Adalberto.
Diário Catarinense — Como foi o ataque das abelhas?Adalberto — Eu estava no meio da mata, aí fui mexer em uma pedra marrom, no chão. Pensei que alguma coisa podia estar escondida ali. Aí veio pra cima de mim um absurdo de abelhas. Foi instantâneo, quando eu vi, elas atacaram todo o meu corpo, não podia nem abrir a boca, senão elas entravam. Aí eu me deitei e tentei manter a calma. Fui me arrastando para tentar voltar na trilha.
DC — O que você pensou na hora das picadas?Adalberto — Na hora a sensação é horrível. Parece que tu não vai aguentar. A dor é tanta, é muita abelha, que você que tem buscar alguma forma de sair dali. E a gente foi treinado pra isso, na polícia, pra manter a calma nos momentos difíceis. Nossa tarefa diária é lidar com emoções, muitas emoções, mas não diretamente no corpo desse jeito. Lá os companheiros me ajudaram, e aqui no hospital também.
DC — Qual é a previsão para a sua alta no hospital?Adalberto — Eu só vou sair daqui quando estiver tudo estabilizado. Comigo está tudo certo, mas provavelmente vou para o Hospital da Polícia Militar. Desde o dia que ocorreu esse fato já tem apartamento pra mim lá, só me aguardando. Lá é a parte final, ficar no soro, hidratar bem o corpo.
DC — Você está bem agora?Adalberto — Eu tô ótimo. Não sinto dor, nada. Foi um susto terrível. Mas eu não vejo a hora de voltar ao trabalho. Vou para o Morro do 25 de novo. A gente está na rua e sujeito a esse tipo de intempérie. Podia ser uma cobra, uma aranha.
Fonte: Diário Catarinense
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