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terça-feira, 11 de maio de 2010

Tá um Diálago Interessante que Achei importante Publicar neste Blog

O Sargento Máximus, articulista do blog Praças da PMERJ e o Comandante Geral do Rio de Janeiro


Senhores companheiros e simpatizantes da nossa briosa, desculpem se muitas vezes passamos alguma imagem de louco ou paranóico quando falamos ou defendemos nossa instituição ou nosso trabalho, mas é uma loucura proposital, imergida num sentimento puro de respeito, gratidão e elevado senso de que se não fôssemos o que somos, Policiais Militares, com certeza estaríamos vagando por ai sem um rumo definido.


Longe deste que não foi abençoado pela arte de escrever, e acredito até também, que na maioria das vezes não conseguimos nem nos fazer entender, aproveito para ENCAMINHAR alguns textos extraídos do blog Segurança Pública - idéias e ações (http://marius-sergius.blogspot.com/ ), cujo domínio pertence ao Exmº Sr. Cel PM Mário Sérgio - Cmt Geral da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Trata-se de um diálogo entre o Cel PM Mário Sérgio (Cmt Geral) e o Sgt PM Máximos, os quais reafirmam com suas atitudes, que qualquer diálogo entre oficiais e praças, seja pessoalmente ou através de outros meios, inclusive internet, pode e deva ser dentro dos parâmetros do respeito aos princípios da hierarquia e da disciplina, camaradagem e cidadania, e que não devamos permitir nada diferente, mesmo que não sejam nós próprios os atingidos pelos comentários.

Confesso que houve um princípio de "garganta presa" enquanto lia o blog, o qual recomendo a todos, não só pela qualidade dos textos, o que não são poucos, e digo isso de cátedra por acompanhá-lo já a algum tempo...

Aproveitemos.

PS. O Sr. Cel Mário Sérgio é o primeiro CAVEIRA Cmt Geral no Brasil, “E QUE NUNCA ENVERGONHEMOS NOSSA FÉ, NOSSA FAMÍLIA OU NOSSOS CAMARADAS...”

CAVEEIRAAAA P...!!!

SEXTA-FEIRA, MAIO 07, 2010

Ao Sargento Máximus

Prezado Sargento Máximus, articulista do blog Praças da PMERJ

Em razão do número de caracteres desta postagem ser superior ao permitido para inseri-la como comentário de blog, deixo de fazê-lo na postagem intitulada “Minha Opinião”, de vossa autoria, e faço-a aqui, esperando que possa chegar ao seu conhecimento.

Li com atenção tudo que escreveu.

Um denso e percuciente artigo que suscita pontos muito relevantes do nosso trabalho, de nossa Corporação.

Mesmo carregado na subjetividade das interpretações do objeto que se quer exibir, merece atenção geral pela atratividade da elegância que valida a crítica.

Eu defendo que os Praças da PMERJ devam se expressar assim.

Na formatura do CAS especialista na semana passada, falei exatamente sobre isto: a importância da “graduação sargento” para as Corporações militares, que não pode, em nenhuma hipótese, ser desprezada na nossa instituição.

Como disse no meu discurso, “Sargentos devem possuir aquela característica que, para Aristóteles, era mesmo a maior marca de virtude do ser humano: o equilíbrio das coisas, “in medio virtus”, ou, longe dos extremos”.

Até porque, virtuosidade excessiva pode camuflar patologias.

Trazendo este conceito para nossa profissão, o sargento é aquele que deve possuir ótima condição de saberes conceituais, e igualmente ótima condição quanto à realização prática desses saberes.

Ele deve, pois, saber fazer, refletir sobre a validade das práticas, saber ensinar e saber conduzir agrupamentos (efetivos, na nossa linguagem) cujos esforços (sua força de trabalho, numa acepção marxista) foram postos à disposição de sua liderança.

Eu sinto dizer-lhe isto, mas o sistema criado no passado para a carreira dos nossos graduados acabou trazendo sérios prejuízos à situação dos sargentos.

Não vou entrar em considerações de mérito sobre as intenções dos idealizadores; não pretendo ferir suscetibilidades de quem criou esse critério de ingresso na carreira reservada aos técnicos, (os sargentos), sem a devida imersão no universo de preparação intelectual-profissional: o CFS.

Seja como for, não deu certo. Os graduados, como observamos ao longo do tempo, (com as exceções, por certo), deixaram de enxergar a importância de suas posições na profissão, ao ponto de tornar-se muito comum o tratamento excessivamente informal entre soldados e sargentos, cabos e sargentos, mesmo quando não apenas as diferentes posições hierárquicas, mas a própria idade, denunciada nas rugas da face e no grisalho dos cabelos, simbolizam as experiências acumuladas, suficientes para dizer quem ocupa qual lugar.

E isso deve valer para os jovens oficiais que se iniciam na carreira.

Não podem se esquecer que são superiores hierárquicos e não senhores de engenho.

Liderar, ordenar, não significa desprezar, olvidar.

Não me furto jamais de dizer o quanto aprendi com velhos sargentos no meu inicio de Carreira, no 12º BPM, e posso aqui citar alguns: Sargento Ribeiro, Subtenente Brito, Sargento Paulo Alves e outro montão deles.

Eu os liderava, mas aprendia com eles, com suas experiências.

Sempre me chamaram de senhor, com educação, respeito.

De sua parte lideravam seus subordinados, que nunca deixaram de chamar-lhes senhor, igualmente.

Eu os via grandes no seu conhecimento prático, na sua lealdade, na sua coragem.

Alguns deles, vez por outra aparecem no QG para falar comigo.

Beiram os setenta anos.

Essas coisas, estou colocando aqui para reafirmar o que já disse numa postagem anterior.

Acho ótimo um espaço destinado aos Praças da PMERJ, mas volto a colocar em consideração o destaque que devem ter os Sargentos, nas suas diferentes graduações, nesse contexto.

Se vão escrever, escrevam bem!

A sociedade lê o blog.

Estudiosos lêem o blog.

A mídia lê o blog.

Agora mesmo estamos envidando estudos para estender o acesso dos graduados ao QOA. Nossa pretensão é permitir que terceiros e segundos sargentos que possuam curso superior, possam se candidatar ao QOA, concorrendo com primeiros sargentos e subtenentes, para os quais se exigirá, a princípio, apenas o CAS.

Estou selecionando Praças para trabalharem na minha assessoria jurídica, como assessores.

Também selecionamos, e já colocamos em prática, a utilização de Praças como mestres de cerimônia, nos eventos da Corporação, um paradigma quebrado para sempre.

Eles estão indo muito bem!

É verdade que fizemos uma limitação de idade para acesso à Academia e vou posteriormente escrever sobre isto. Este texto ficaria excessivamente longo se o fizesse agora.

Fico por aqui com as desculpas pela ausência longa, que, já adianto vai se repetir por motivos que não preciso explicar.

epito que não sou vítima de nada, sou Comandante, mas é confortante ver a cada dia, o tempo passar.

Um abraço do seu CG.

Comentário do Sgt PM Máximos

Meu Comandante

Mais uma vez percebo o quanto é nobre, no sentido literal da palavra, me emocionei ao ler suas linhas, mas gostaria de esclarecer que, diferente do Dr. Praça que posso lhe garantir além de intelectual é um excelente combatente, não tenho curso superior e lamento se o decepciono quando digo que entrei na polícia para ser soldado, minha vida não foi fácil e terminei o ensino médio aos trancos e barrancos e sou 3º sargento hoje não por mérito didático, mas sim pela queda de interstício e devo ser franco ao dizer que se as regras de promoção fossem as mesmas de quando eu ingressei na corporação, com certeza, seria cabo e não escondo isso. Todos nós temos opções e eu optei pelo trabalho braçal, onde achava que seria melhor (ledo engano) para minha família, afinal se optasse pelos estudos teria que arcar financeiramente com eles e isso influenciaria no bem estar dos meus à curto prazo. Assim como o senhor não posso me estender pelos mesmos motivos e não farei uma postagem no blog que gosto muito por não querer expor o senhor mais uma vez a um “pelotão de fuzilamento”. Creio que o senhor compreende que a grande maioria de nós é imediatista e anseia por todas as mudanças ao mesmo tempo e não agüenta mais esperar por elas, por isso tanta animosidade, afinal aguardamos por melhorias há muito, e há muito não aparecia um comandante com sua visão. Sei que não é vítima, senhor, e se assim o fiz parecer peço desculpas, mas pondo-me em seu lugar admito que ficaria perdido. Encerro prestando minha continência, saudação do militar pela qual, nesses anos na corporação, fui perdendo o gosto de prestar.

Resposta do Cmt Geral

Prezado Sargento Máximus

Agradeço a preocupação em retornar com um comentário, viabilizando o diálogo.

Eu disse já nas primeiras horas do meu comando, que um dos maiores problemas da corporação era a representação dada à sua estrutura hierárquica, que não mais parecia uma instituição militar, e sim uma coletividade com categorias sociais da monarquia, com nobreza, burguesia e plebe.

A luta é grande para mudar isso, porque virou cultura interna, mas vamos fazer.

Em breve, com o novo uniforme, que será num provável belíssimo tom azul escuro e insínias e divisas discretas, as estéticas já serão mais igualitárias e, dessa forma, menos geradora de sectarismos, além de outras mudanças inclusivas que faremos.

E sobre você não possuir as características intelectuais do DR. Praça, segundo crê, digo-vos que possuis a clareza das idéias e a faculdade da boa argumentação, definitivos para o estabelecimento do diálogo.

Um dia, espero, quando tudo tiver passado, trocaremos um abraço respeitoso e fraterno.

01 enviou o link de um blog para você:

É sempre prazeiroso ouvir através de seus textos, o exmº Sr. Cmt Geral da PMRj, Sr. Cel PM Mário Sérgio, CAVEIRA 01 carioca!

Blog: Segurança Pública - Idéias e Ações

Postagem: Ao Sargento Máximus

Link: http://marius-sergius.blogspot.com/2010/05/ao-sargento-maximus.html

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