Texto do Maj. PM José Marcos

ESCLARECIMENTOS

 

Aos familiares, amigos e companheiros de farda.

Há quatro anos, depois de tantas incompreensões e represálias diretas e indiretas; prometi a mim mesmo e a minha família que jamais participaria de qualquer movimento reivindicatório. CUMPRI E CONTINUO CUMPRINDO A MINHA PALAVRA!

Todavia, ao ver o rumo que as coisas estavam tomando e o caos social instalado, pondo em risco as famílias pernambucanas, inclusive a minha, e após vários pedidos de subordinados, pares e superiores, os quais sempre souberam da minha postura coerente, responsável e independente, resolvi a duras penas tentar ser o elo conciliador num emaranhado complexo de interesses diversos.

Este não é o momento de estar procurando culpados, para não haver caça as bruxas num regime já tão cheio de injustiças como é o nosso meio militar. Todos sabem que não participei nem elaborei nenhuma pauta de reivindicação, e também não quero criticar quem elaborou, pois não quero ser julgador de ninguém. A corda muito tensionada tende a arrebentar, como arrebentou, e o momento é de calma e controle por todas as partes, já que estamos em fase de arrefecimento.

As propostas advindas do Governo João Lyra, foram interessantes e possíveis para o momento de crise e devido às restrições legais; e sempre falei isso para tropa e para a comissão dos Deputados. Pois uma lei de promoção de Oficiais e Praças que permita a ascensão funcional acaba com injustiças de mais de trinta anos e é um clamor das corporações; principalmente pelo fato do Governador João Lyra, só ter menos de 09 meses de mandato; portanto temos de ser coerentes.

Finalmente não podemos fazer das lideranças bodes expiatórios, pois, os problemas são muito maiores e complexos, onde, essa crise serviu para mostrar uma parte expressiva de uma sociedade doente e carente de princípios éticos e morais; que na rotina diária se passam por cidadãos de bem e aproveitaram-se da situação para promover saques, badernas e vandalismos, como vimos no noticiário, senhora transportando na cabeça uma tv, após participar de um saque. Intervi no movimento reivindicatório, com o principal objetivo de por fim ao mesmo, a fim de resguardar a saúde disciplinar e judicial da tropa e retomar a tranquilidade a sociedade pernambucana. VIMOS, NO ENTANTO QUE A SOCIEDADE NÃO FICOU REFÉM DE BANDIDOS, MAS INFELIZMENTE, DELA MESMA; E QUE O PROBLEMA É MUITO MAIS SOCIAL, EDUCACIONAL E MORAL DO QUE POLICIAL! 

MAJ JOSÉ MARCOS