Governador João Lyra afirmou que não pretende negociar ganhos salariais
Após participar de uma reunião para discutir pautas de reivindicação dos
policias militares, o governador de Pernambuco, João Lyra, afirmou em
entrevista, nesta quinta-feira, que não pretende negociar ganhos
salariais para a PM por cumprir valores de aumento previstos em um
acordo firmado no ano de 2007. Insatisfeitos com a atual situação, os
profissionais programaram uma passeata no Recife, nesta sexta-feira, a
partir das 13h30. Segundo Joel da Harpa, um dos organizadores do
movimento, a expectativa é que o número de participantes no ato chegue a
10 mil. Após as cenas de violência registradas em Salvador, que
recentemente acompanhou a paralisação de policiais, o temor de uma
possível greve dos militares em Pernambuco já começa a rondar a cidade.
Depois da afirmação do gestor estadual sobre o encerramento das
negociações, um dos integrantes da organização da passeata, que preferiu
não se identificar, criticou a posição do Governo e afirmou que os
policiais consideram o acordo de 2007 como ilegítimo, por ter sido
firmado com um representante da categoria eleito de forma fraudulenta.
Além disso, a tensão entre os profissionais e a gestão do Estado, além
da possibilidade de uma greve da PM ser decretada já nesta sexta-feira
(25), aumentaram após as declarações do governador.
Segundo a fonte do Portal FolhaPE, o acordo que o governador se referiu
nesta manhã foi firmado com a antiga presidência da Associação de Cabos e
Soldados da Polícia Militar (PM) e do Corpo de Bombeiros (CB). Gestão
que não representava os anseios da PM e foi deposta, através do processo
de n°0072594-10.2013.8, promovido pela 29° Vara Civil da Capital, por
ter sido eleita de forma fraudulenta. “Esse acordo não é válido para a
tropa, pois foi feito por um falso representante destituído e que,
legitimamente, não nos representava. Então, se a eleição não foi
legítima, e nossa tropa enganada no processo eleitoral, o acordo não
vale”, afirmou a fonte.
Nesta sexta-feira (25), às 13h30, os policiais realizam uma passeata até
o prédio da Assembleia Legislativa do Estado (Alepe), com saída do
Memorial de Medicina do bairro do Derby, para solicitar ajuda dos
parlamentares da casa. “Estivemos nesta quinta-feira na Alepe, onde
pleiteamos a criação de uma comissão que irá receber a tropa, nesta
sexta-feira. Elaboramos a pauta de reivindicações, que será entregue aos
parlamentares”, informou Joel da Harpa, um dos líderes do movimento. Em
entrevista ao Portal FolhaPE, ele não quis adiantar sobre a possibilidade de greve já nesta sexta-feira.
No entanto, segundo informações de outras lideranças do movimento, a
pauta com as reivindicações será apresentada à categoria, que analisará
as propostas. “Dependendo da forma como a tropa receber as propostas,
uma greve pode ser decretada sim. É a tropa quem vai decidir pela
paralisação, a depender também da quantidade de policiais que
participarem da passeata. Tudo isso será resolvido na hora”, informou a
fonte. De acordo com informações extra-oficiais, policiais que
demonstraram apoio ao movimento, mas que não participarão do ato, já
informaram que vão ficar aquartelados, a partir das 15h30, numa espécie
de operação-padrão.
Uma das fontes do FolhaPE ligada ao movimento salienta qual o objetivo
do ato. “Queremos dignidade para o serviço e estamos dispostos a tudo.
Faremos uma mobilização pacífica, mas não estamos para brincadeira.
Queremos melhores remunerações e condições de trabalho e, para isso,
precisamos firmar um novo acordo com o governador e colocar uma nova
liderança na Associação de Cabos e Soldados da PM e do CB”.
Interior
Lideranças do movimento informaram que dezenas de policiais militares do
Interior do Estado já confirmaram participação na passeata, que
acontece nesta sexta. Ônibus vindos de Garanhuns, Cabrobró e Petrolina
já foram confirmados no ato. “Contaremos com a presença de PMs do Sertão
e também do Agreste”, disse Joel da Harpa.
http://www.folhape.com.br
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