PM quer usar aposentados para reforçar efetivo em SP
ROGÉRIO PAGNAN
ANDRÉ MONTEIRO
MARINA GAMA CUBAS
DE SÃO PAULO
12/04/2014
ANDRÉ MONTEIRO
MARINA GAMA CUBAS
DE SÃO PAULO
12/04/2014
A
Polícia Militar de São Paulo apresentou nesta semana um plano ao governo
Geraldo Alckmin (PSDB) que prevê a reutilização de policiais
aposentados para ajudar a aumentar seu efetivo nas ruas.
A
medida faz parte de um pacote apresentado pelo comandante da PM,
Benedito Roberto Meira, que solicita também a possibilidade de comprar
mais de um mês da licença-prêmio de policiais militares e a redução do
tempo de formação de oficiais.
O
plano é entregue após a elevação do número de roubos no Estado por nove
meses seguidos e em meio a questionamentos sobre a redução do efetivo
nas ruas.
Sobre
os aposentados, a proposta é reintegrar 7.600 deles em todo o Estado e
pagar um salário adicional. Os valores não foram definidos.
A Polícia Militar tem hoje mais de 80 mil homens.
Esses
policiais reconvocados seriam utilizados exclusivamente em funções
administrativas, "liberando quem está hoje na administração para o
policiamento", disse o comandante da corporação.
Atualmente, a PM admite ter 9.444 homens no serviço administrativo. O número, porém, pode ser muito maior.
Conforme
a Folha revelou anteontem, a corporação reclassificou em 2013 mais de
14 mil homens de funções administrativas para operacionais.
Policiais
como do departamento pessoal, mecânicos e guarda de quartel passaram a
ser considerados como homens de rua, embora permaneçam a maior parte do
tempo dentro do batalhão.
As propostas foram entregues ao secretário da Segurança, Fernando Grella, que deve encaminhá-las ao Palácio dos Bandeirantes.
Outra mudança pretendida pelo comandante é aumentar a possibilidade de compra de licença-prêmio.
Hoje,
cada policial pode vender só um dos três meses de afastamento
remunerado que ele tem direito a cada cinco anos de trabalho (dois meses
ele precisa necessariamente se afastar das funções).
"Se eu puder comprar esses outros dois meses, vou ter 2.000 PMs a mais nas ruas por mês", afirmou Meira.
Ainda faz parte das propostas uma redução no tempo de formação dos oficiais, de três para dois anos de curso.
Essa redução é possível, na visão da PM, se passar a ser exigido diploma em direito para o ingresso no curso.
Para o especialista em segurança Renato Sérgio de Lima, as mediadas podem reabrir a discussão sobre a carreira da polícia. "Os policias se aposentam muito cedo. Muito se afastam aos 50 anos, no auge da carreira."
Fonte: Folha de São Paulo
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