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segunda-feira, 5 de novembro de 2012

247 – Com salário não superior a R$ 2,5 mil, nunca antes a vida profissional de um soldado da Polícia Militar de São Paulo foi tão infernal. Em 2012, todas as estatísticas que envolvem a corporação em situações que terminam em morte a tiros cresceram – inclusive as de suicídios.
Em média, a PM paulista vai matando este ano 30 suspeitos ou criminosos condenados a cada mês. Em setembro, o número de pessoas abatidas pela PM em situações de conflito como resistência a voz de prisão ou troca de tiros estava em 271. Por outro lado, nesta segunda-feira 5 de novembro já se registra a morte, também a tiros, de nada menos que 92 PMs, a maioria em horários de folga. Uma média superior a 8 por mês.
Além desses números, há outra estatística bastante dramática. Cresce também o número de integrantes da corporação que têm cometido suicídio. Este ano, 21 policiais militares se mataram com suas próprias armas, enquanto outros 24 tentaram o mesmo caminho sem sucesso. No ano passado, houve 16 suicídios na corporação, contra 32 tentativas.
Nas ruas, a guerra urbana que as autoridades do governo estadual custam a reconhecer já deixa um rastro de 67 mortes entre civis na Grande São Paulo apenas neste mês. No final de semana, uma menina de 10 anos de idade foi morta por uma bala perdida num tiroteio entre policiais e bandidos. No sábado 3, uma policial militar foi morta a tiros na frente de sua própria filha, em mais uma execução de PMs em horários de folga. Enquanto isso, numa claro sinal de franca atividade, mais dois ônibus foram incendiados na periferia de São Paulo, num recado claro da atividade do não reconhecido, pelo governador Geraldo Alckmin e pelo secretário de Segurança Antonio Ferreira Pinto, Primeiro Comando da Capital, o PCC.
O México, que se transformou num dos países mais violentos do mundo, teve sua mais recente onda de violência iniciada por perseguições e execuções a policiais. Em seguida, os alvos passaram a ser os jornalistas que noticiavam os crimes. Na Colômbia dos anos 1980, grande parte do aparato juridico do país foi destroçado a partir de mortes de magistrados a mando dos cartéis do tráfico de drogas. Ali também os jornalistas foram vítimas de tiros à queima roupa. Nesses dois países, o Estado só passou a retomar, e, ainda assim, parcialmente o controle da situação, somente após reconhecer que havia numan guerra em curso.
O mesmo aconteceu, dentro do Brasil, no Rio de Janeiro, que só começou a derrubar suas próprias estatísticas de criminalidade quando o atual governador Sérgio Cabral passou a reconhecer o "poder paralelo" do crime organizado e tratou de combatê-lo não pelo confronto direto e aberto, como se faz em São Paulo, mas com estrutura logística e inteligência. Esse movimento se deu na forma da instalação, em áreas de maior conflito, das UPPe – Unidades de Polícia Pacificadora.
A PM de São Paulo, após muita relutância do secretário Ferreira Pinto, ocupa desde a semana passada a favela de Paraisópolis, considerada um ponto central do crime organizado na capital paulista. Nesta segunda 5 foi divulgado o número de 36 suspeitos de diversos crimes, além de condenados pela Justiça, a partir dessa operação. As autoridades saudaram o número. O passo correto, agora, é o de tornar esse tipo de ocupação permanente, como acontece no Rio de Janeiro. Mas a pergunta é: o governador Geraldo Alckmin terá coragem política suficiente para admitir que há uma guerra em curso e que ela só será vencida com nova estratégias?
Abaixo, vídeo com reportagem do SBT sobre aumento nos casos de suicídio na PM paulista:
http://www.youtube.com/watch?v=LcUsVboODGc&noredirect=1

 http://www.brasil247.com /

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