Com certeza Eduardo Campos vai seguir o conselho de Emir e não vai se lançar em 2014, ele vai costurar o apoio de Dilma e Lula para 2018
Emir Sader avisa: Eduardo, não cometa suicídio
A indefinição do governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, em se lançar como candidato à Presidência em 2014 tem levado o partido a ser cortejado por outras legendas, como o PSDB, e provocado desconfiança no PT. Emir Sader, um dos mais respeitados pensadores da esquerda nacional, mandou recado: “Se o Eduardo quer o suicídio politico, é facil: basta se candidatar a presidente em 2014 contra a Dilma”
Paulo Emílio_PE247 -
Cortejado por partidos de centro direita, como o PSDB, e visto com
desconfiança por partidos de esquerda, como o PT, a indefinição, ou
mistério como preferem alguns, do governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, em firmar uma posição definitiva se irá concorrer ou não às próximas eleições presidenciais em 2014
começam a criar dúvidas de ambos os lados. A última traulitada veio de
um dos mais respeitados pensadores da esquerda nacional, o filósofo Emir Sader. Sader colocou, nesta terça-feira (30), um post em sua conta no Tweeter em que
expressa sua preocupação com o futuro político do pernambucano. “Se o
Eduardo quer o suicídio politico, é facil: basta se candidatar a
presidente em 2014 contra a Dilma”, postou.
A leitura é relativamente simples. Embora aspire o Palácio do Planalto, Eduardo Campos e o PSB possuem pouca
penetração fora do eixo Norte e Nordeste. Independente do contrário, o
PT foi o maior vitorioso nos rincões do Brasil, muito embora
tenha perdido terreno nas capitais. Este ponto associado ao fato do
carisma de figuras como a presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente
Lula, bem como a possibilidade cada vez mais real do Partido dos Trabalhadores se aliar ao jovem PSD,
de Gilberto Kassab, já colocam um freio nas pretensões socialistas.
Além disso, o PMDB – que é um dos maiores responsáveis pela vitória de
Fernando Haddad em São
Paulo – também integra a base do Governo e está cada vez mais alinhado
ao Governo. Restaria portanto ao PSB e ao próprio Eduardo compor uma
aliança com o PSDB, uma alternativa que, pelo menos neste momento, não
interessa ser colocada na mesa por Eduardo Campos.
Cortejado pelo tucanato e com algumas alianças que resultaram vitoriosas em muitas capitais nestas eleições municipais, a “paquera” entre as legendas já vem de algum tempo. O próprio senador mineiro e agora cada vez mais presidenciável pelo PSDB, Aécio Neves, já elogiou Eduardo Campos e já propôs em diversas
ocasiões uma aliança entre as duas legendas. Nesta direção, o prefeito
eleito de Manaus, o ex-senador Arthur Virgílio (PSDB), também disse que
o seu time dos sonhos para 2014 era composto por uma chapa com Aécio
Neves e Eduardo Campos, sem que
o tucano tivesse que necessariamente encabeçar uma chapa com esta
composição. Afora o risco de criar um racha dentro do próprio PSDB, a
possibilidade lançada por Virgílio também é endossada por muitos outros
tucanos de bico comprido.
O problema de assumir uma posição desta natureza, porém, vai mais além. O PSB sempre
foi um aliado histórico do PT e o governador Eduardo Campos hoje
depende, e muito, dos repasses e convênios com o Governo Federal para
continuar administrando o Estado com os índices excepcionais de
aprovação que detém. Além disso, uma eventual candidatura socialista
também está atrelada ao desempenho
econômico nacional frente a crise financeira internacional que cada vez
mais se aproxima do País. Se o Brasil passar por ela incólume ou sofrer
poucos danos, a tendência é que o partido apoie a reeleição da
presidente Dilma Rousseff em 2014.
Caso isso não ocorra, a possibilidade de Eduardo sair candidato é uma
possibilidade real, uma vez que poderia colocar-se como uma alternativa
ao modelo vigente.
A despeito disso ele teria que enfrentar a máquina petista e de seus
aliados, o que com a pouca penetração no Sul, Sudeste e Centro-Oeste por
parte do PSB poderia resultar numa tarefa que dispenderia um esforço
hercúleo e de resultados pouco previsíveis até agora.
Por estas razões o recado de Emir
Sader é quase um aviso do tipo não vá com muita sede ao pote, pois ele
pode quebrar e aí, como se diz no Sertão, você pode acabar sem mel para beber e sem cabaça para carregá-lo.
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