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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Paulo Emílio_PE247 - Cortejado por partidos de centro direita, como o PSDB, e visto com desconfiança por partidos de esquerda, como o PT, a indefinição, ou mistério como preferem alguns, do governador de Pernambuco  e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, em firmar uma posição definitiva se irá concorrer ou não às próximas eleições presidenciais em 2014 começam a criar dúvidas de ambos os lados. A última traulitada veio de um dos mais respeitados pensadores da esquerda nacional, o filósofo Emir Sader.  Sader colocou, nesta terça-feira (30), um post em sua conta no Tweeter em que expressa sua preocupação com o futuro político do pernambucano.  “Se o Eduardo quer o suicídio politico, é facil: basta se candidatar a presidente em 2014 contra a Dilma”, postou.
A leitura é relativamente simples. Embora aspire o Palácio do Planalto, Eduardo Campos e o PSB possuem pouca penetração fora do eixo Norte e Nordeste. Independente do contrário, o PT foi o maior vitorioso nos rincões do Brasil, muito embora tenha perdido terreno nas capitais. Este ponto associado ao fato do carisma de figuras como a presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula, bem como a possibilidade cada vez mais real do Partido dos Trabalhadores se aliar ao jovem PSD, de Gilberto Kassab, já colocam um freio nas pretensões socialistas. Além disso, o PMDB – que é um dos maiores responsáveis pela vitória de Fernando Haddad em São Paulo – também integra a base do Governo e está cada vez mais alinhado ao Governo. Restaria portanto ao PSB e ao próprio Eduardo compor uma aliança com o PSDB, uma alternativa que, pelo menos neste momento, não interessa ser colocada na mesa por Eduardo Campos.
Cortejado pelo tucanato e com algumas alianças que resultaram vitoriosas em muitas capitais nestas eleições municipais, a “paquera” entre as legendas já vem de algum tempo. O próprio senador mineiro e agora cada vez mais presidenciável pelo PSDB, Aécio Neves, já elogiou Eduardo Campos e já propôs em diversas ocasiões uma aliança entre as duas legendas.  Nesta direção, o prefeito eleito de Manaus, o ex-senador Arthur Virgílio (PSDB), também disse que o seu time dos sonhos para 2014 era composto por uma chapa com Aécio Neves e Eduardo Campos, sem que o tucano tivesse que necessariamente encabeçar uma chapa com esta composição. Afora o risco de criar um racha dentro do próprio PSDB, a possibilidade lançada por Virgílio também é endossada por muitos outros tucanos de bico comprido.
O problema de assumir uma posição desta natureza, porém, vai mais além. O PSB sempre foi um aliado histórico do PT e o governador Eduardo Campos hoje depende, e muito, dos repasses e convênios com o Governo Federal para continuar administrando o Estado com os índices excepcionais de aprovação que detém. Além disso, uma eventual candidatura socialista também está atrelada ao desempenho econômico nacional frente a crise financeira internacional que cada vez mais se aproxima do País. Se o Brasil passar por ela incólume ou sofrer poucos danos, a tendência é que o partido apoie a reeleição da presidente Dilma Rousseff em 2014. Caso isso não ocorra, a possibilidade de Eduardo sair candidato é uma possibilidade real, uma vez que poderia colocar-se como uma alternativa ao modelo vigente.
A despeito disso ele teria que enfrentar a máquina petista e de seus aliados, o que com a pouca penetração no Sul, Sudeste e Centro-Oeste por parte do PSB poderia resultar numa tarefa que dispenderia um esforço hercúleo e de resultados pouco previsíveis até agora.
Por estas razões o recado de Emir Sader é quase um aviso do tipo não vá com muita sede ao pote, pois ele pode quebrar e aí, como se diz no Sertão, você pode acabar sem mel para beber e sem cabaça para carregá-lo.

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